AcontecendoDo microfone à tesoura: Radialista conta sua trajetória profissional à Comarca

A Comarca17 de setembro de 201411 min

Do microfone à tesoura:
Radialista conta sua trajetória profissional à Comarca

Da Redação

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Misael Lopes Fonseca, talvez por esse nome poucos o conheçam, mas o Fonsecão é uma das personalidades mais queridas em Avaré, seja por quem o ouve pela Rádio Avaré, ou por quem freqüenta seu salão de cabeleireiro, que funciona há 20 anos na Rua Professor Santos Rodrigues Alves, na Brabância.

Filho de Rubens Lopes da Fonseca e de Helena de Oliveira Lopes, Fonsecão nasceu em Arandu, em 12 de março de 1960. Hoje, aos 54 anos, o radialista e cabeleireiro afirma que já passou por inúmeras dificuldades, mas sempre conseguiu superá-las, graças a fé e o apoio da família.

Casado com Vilma há 31 anos, Fonsecão destaca que além da esposa, que também é cabeleireira, tem como esteio sua filha Jaqueline. “Tenho uma filha que vale por dez. Ela me ajuda muito, sempre me ajudou”, comenta.

Durante entrevista à Comarca, ele falou sobre sua carreira, sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC) que sofreu, sua paixão pelo esporte, e como começou sua paixão pelo rádio.

RÁDIO – Segundo seu relato, tudo começou ainda em Arandu, narrando rodeios. “Muita gente me chamava. Gostavam de mim e me queriam no rodeio. Fiz narrações em rodeios de Avaré, Arandu, Taquarituba, Itaí, Manduri, entre outras cidades. Até que um dia fui convidado para fazer a animação do Rodeio Santa Rosa, fiz uma propaganda para rádio. Campos Machado, dono da 101 FM, que na época se chamada Segura Peão, gostou e me chamou para apresentar um programa”, relata.

Intitulado “Show de Rodeio”, o programa que surgiu em meados de 1990 foi um enorme sucesso de audiência. “Todo mundo gostava, e isso atraiu patrocinadores. Chegou uma época que a gente tinha que dispensar patrocínio, pois não havia mais espaço”.

Fonsecão, cuja carreira no rádio tem 24 anos, também apresentou programas de grande sucesso na Rádio Panorama (atualmente Nativa), na extinta Rádio Católica, e também na Rádio Avaré, onde está há 17 anos. “Hoje eu apresento o ‘Sertanejo de Deus’, que também é um tremendo sucesso”, comenta.

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TESOURAS – Apesar de ser mais conhecido por sua trajetória nas rádios da cidade, Fonsecão contou à reportagem que seu trabalho como cabeleireiro começou ainda criança. “Meu pai cortava o cabelo das crianças enquanto a gente ainda morava na roça. Eu tinha mais ou menos 10 anos quando comecei a ajudá-lo. Depois, por volta dos 17 anos comecei a buscar cursos e me profissionalizar”, revela.

Em todos os empregos que teve, Fonsecão sempre conseguiu conciliar a função de cabeleireiro, trabalhando nas horas vagas. “Aos 20 anos passei em um concurso do Bradesco e ingressei no banco vendendo seguros, inclusive ganhei prêmio como melhor funcionário e melhor vendedor. Mas sempre, nas horas vagas, cortava cabelos. O mesmo ocorreu quando fui efetivado na penitenciária”, comenta.

O radialista destaca sua paixão pelo mundo das tesouras. “Muito do que conquistei até aqui se deve ao meu trabalho como cabeleireiro. Conheci pessoas maravilhosas, fiz muitos amigos, tudo dentro dos salões em que trabalhei”.

Entre 1986 a 1991, Fonsecão conta que trabalhou com Seu Lico, um conhecido barbeiro e cabeleireiro do município. O radialista trabalhou inclusive com uma das figuras mais importantes da cultura avareense, o Nhô Musa. “Trabalhei por muito anos ao lado do Nhô Musa, no Salão Modelo. Aprendi muito com ele, e tenho um orgulho imenso de ter convivido com uma figura tão carismática e importante”, ressalta.

ESPORTE E SUPERAÇÃO – Palmeirense, Fonsecão destacou também sua paixão pelo esporte. “Sempre joguei futebol, até mesmo por influência do meu pai, que era o melhor jogador da região”, frisa.

O radialista lembra que em 1977 já jogava bola. Mais tarde foi convidado a jogar no Anhumas, de Arandu. Como o clube estava sem dirigente, acabou sendo convidado para assumir a presidência do time. “Ao lado da minha equipe fiz um excelente trabalho, e fomos campeões por três anos consecutivos, em 1984, 1985 e 1986. A primeira taça que o Anhumas conquistou foi durante a minha presidência”, revela.

Fonsecão continuou jogando futebol depois que veio para Avaré, e em 2006, aos 46 anos, jogando pelo Palmeirinhas, fez aquele que ficou conhecido como o gol mais bonito do campeonato avareense.

Além do futebol, ele também pratica corrida e caminhada. “O pessoal me pergunta de onde vem tanta felicidade, eu sempre respondo que vem de uma caminhada de 5 quilômetros, que eu pratico diariamente”, comenta.

A paixão pela corrida é tamanha que, aos 53 anos, o radialista participou de uma maratona de 25 quilômetros. “Sempre gostei desse tipo de esporte. Participo também todo ano das tradicionais corridas do Pinheirão e do Bizungão”.

DRAMA – Mas mesmo praticando exercícios regularmente, no início do ano, Fonsecão sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC), e passou 25 dias internado. Foram 15 dias na UTI de Rubião Júnior, e mais 10 na Santa Casa de Avaré. “No início fiquei um pouco revoltado, mas no final fiquei até feliz. Se tivesse acontecido isso com um amigo meu, ou com algum familiar seria pior, eu ficaria doente junto”.

Apesar do quadro grave, Fonsecão destaca que, apesar do drama, contou com o apoio de amigos, parceiros e patrocinadores durante o período em que esteve internado e também durante sua recuperação. “Quero agradecer realmente, a todos meus patrocinadores, que estiveram ao meu lado durante todo o tempo”, frisa.

O radialista e cabeleireiro faz questão de lembrar a importância do apoio e carinho da esposa e da filha, dos familiares, amigos e também a sua fé, que muito o auxiliaram em sua recuperação. “Meu maior amigo é Jesus Cristo. Tenho uma fé muito grande, e por conta dessa fé consegui enfrentar todas as dificuldades sem nunca perder a alegria de viver”, finaliza.

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