AcontecendoFalta de muro de arrimo causa diversos transtornos à moradora do Camargo

A Comarca29 de setembro de 20159 min

Falta de muro de arrimo causa diversos transtornos à moradora do Camargo

Da Redação

Juliana rubio camargo 1

A falta de muro de arrimo em uma das residências do Bairro Camargo tem tirado o sossego da família de Juliana Rúbio.

Moradora da localidade desde a inauguração, ela afirma que a ausência da estrutura acabou fazendo com que sua casa se torne um alvo fácil para ladrões.

Sem o muro de arrimo, os fundos da residência, onde fica um barranco, servem para o acesso a estranhos. “As invasões em minha casa eram constantes. Não podíamos deixar uma bicicleta no quintal, ou uma peça de roupa no varal”, destacou.

De acordo com a moradora, ladrões chegaram a quebrar os vidros de uma janela e entraram em sua casa diversas vezes. “Um dia chegamos do trabalho e vimos a janela arrombada. Chamamos a polícia e quando entramos em casa demos falta de dinheiro e celular”, comenta.

Juliana ainda frisa que na ocasião ela e o marido, que são servidores municipais, haviam feito um empréstimo no banco. “Tínhamos R$ 750 que os ladrões levaram. Um vizinho afirmou que viu um garoto subindo pelo barranco, com dinheiro na mão. O menino teria dito a ele ‘essa casa é da minha tia, ela pediu pra eu pegar o dinheiro’. Ficamos com medo e decidimos fechar os fundos da casa”.

O furto teria ocorrido em 2010. A família chegou a abrir um Boletim de Ocorrência, mas o crime não foi solucionado. “Para evitar que mais alguém entre em nossa casa, meu marido colocou tapumes que isolam os fundos, mas agora temos que conviver com outro problema: a invasão de animais peçonhentos e ratos. É um descaso”, frisou.

Segundo a moradora, a mudança gerou novos problemas, uma vez que o local ficou isolado. “Antes de fecharmos os fundos, eu e meu marido fazíamos a limpeza. Mas agora não tem mais jeito. Estamos entre a cruz e a espada. Se a gente deixa aberto pra conseguir limpar, temos medo de furtos. Fechado, temos medo dos animais. Estamos abandonados”, reclama.

A moradora, que é mãe de duas crianças, também diz temer pelos filhos. “Outro dia estava dando banho no meu caçula. Quando peguei a toalha, tinha um escorpião nela. Sempre tem aranha, mosquito e outros bichos. É terrível. Não sabemos mais o que fazer”.

RATOS – Além de insetos, Juliana destaca que sua casa tem sido invadida por ratos e ratazanas. “Acho que eles fizeram um ninho nos fundos. Todo dia a gente encontra uma ratazana morta pelas cachorras. Tenho medo porque é um animal que transmite doenças. Minha casa e minha lavanderia ficam cheias de fezes desses animais. Eu já não sei o que fazer”.

A moradora destacou que em 2014 ela e os dois filhos foram para a casa da mãe enquanto o marido e outro filho ficaram na casa para tentar acabar com os ratos. “Mas não adiantou. A gente até pensa em comprar algum veneno, mas como temos duas cachorras e crianças pequenas, temos medo”.

PROBLEMA ANTIGO – A situação descrita por Juliana Rúbio não é um caso isolado. A Comarca já abordou o assunto diversas vezes e os relatos de moradores são muito parecidos.

Maria Camilo, que mora no bairro há 14 anos, afirma que ratos roeram o cano da máquina de lavar, que teve que ser levada para dentro da residência.  A moradora mostrou ainda à reportagem o escorpião conservado em um pote com álcool que ela havia capturado recentemente em seu quintal. “Eu sou obrigada a deixar a porta da cozinha fechada. Eu fico preocupada, principalmente quando minhas netas estão aqui”, revelou.
Não são apenas os moradores que vivem em casas sem o muro de arrimo que reclamam. Mesmo onde as barreiras foram erguidas, há relatos de que as estruturas foram erguidas supostamente sem planejamento, apresentando em alguns pontos rachaduras e “estufamento”, o que também pode comprometer a segurança dos moradores.

Um convênio num valor superior a R$ 625 mil foi assinado em 2009 para construir a estrutura nas residências do bairro. No entanto, a obra não foi concluída. Em 2012, depois de um deslizamento de terra, um morador ficou soterrado por 15 minutos, mas foi resgatado por vizinhos.

Em 2013, a Prefeitura noticiou que um investimento de cerca de R$ 700 mil seria utilizado para esse fim graças à parceria com o Governo do Estado. No entanto, poucas residências foram contempladas.

Ainda em 2013, foi divulgado que 13 muros já haviam sido erguidos, a um custo de R$ 400 mil do estado e mais R$ 180 da Prefeitura.

OUTRO LADO – A Comarca entrou em contato com a Prefeitura para obter informações sobre a retomada de obras, bem como sobre quando os terrenos serão limpos. Porém, nenhuma resposta foi enviada até o fechamento da edição.

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