Largo São João já está há mais de um mês sem tradicional Bailão
Da Redação
O Bailão no Largo São João, evento tradicional aos finais de semana em Avaré, já está há mais um mês sem uma nova edição.
Essa é a primeira vez em 20 anos que o evento frequentado em sua maioria por integrantes da terceira idade é interrompido. A tradicional atração foi criada na gestão do prefeito Miguel Paulucci (1993-1996) e integra o calendário oficial de eventos culturais do município.
O cancelamento da licitação aberta em fevereiro para custear as apresentações musicais motivou interrupção.
Na sexta-feira, 17, um novo procedimento foi realizado e vencido pela empresa Marines Teodoro Sonorização – ME. A Prefeitura aguarda agora o prazo para recursos previstos em lei. De acordo com o Departamento de Licitação, a homologação não deve ocorrer antes da semana que vem.
Com isso, uma nova edição do bailão segue sem previsão. O assunto foi abordado pelo vereador Francisco Barreto na sessão legislativa de 13 de abril. O petista havia estado no local no final de semana anterior e afirmou ter ficado “triste” com a situação. “Várias pessoas me questionaram em relação ao baile. Eu tentei esclarecer a todos que haveria uma nova licitação”, afirmou.
Ainda em seu pronunciamento, Barreto encaminhou sugestão ao secretário da Cultura, Gilson Câmara. “Eu queria deixar aqui um pedido ao Gilson, secretário competente, dinâmico, para que ele estude algo para substituir até o retorno do baile para que as pessoas tenham divertimento. Uma peça teatral, algo que possa ser feito”, analisou.
ALÉM DA CULTURA – Na avaliação do vereador, a importância do Bailão no Largo São João vai além da questão cultural. Para o petista, a atração cumpre a função de garantir uma opção à terceira idade.
“Algo está me chamando a atenção. Precisamos investir nas nossas crianças, nas creches. Mas precisamos de espaços para os nossos idosos. Infelizmente, estamos em um processo de adaptação, nossa população está ficando mais velha e talvez ainda não estejamos preparados. Isso me chamou a atenção. Precisamos urgentemente fazer trabalhos voltados a essa classe mais idosa”, defendeu o petista, para quem a inexistência de clínicas especializadas ou casas de repouso é um reflexo desta carência.
Ainda na sessão de 30 de março, o vereador Carlos Alberto Estati já havia cobrado atitude do prefeito Poio Novaes sobre o Bailão no Largo São João. Na ocasião, ele afirmou que o prefeito não devia deixar o evento “acabar na sua mão”.
OUTRO LADO – Questionado sobre a possibilidade de colocar outra atividade no local até que a situação se regularize, o secretário Gilson Câmara disse que a pasta chegou a colocar som mecânico no local. “No entanto, o pessoal não aceitou. A partir disso, preferimos não improvisar mais”, afirma.
Por nota, a Prefeitura informou que uma licitação foi aberta para o gerenciamento do Projeto “Viva o Largo São João”. O pregão presencial prevê a realização de 104 bailes e estima o custo anual em R$ 124,8 mil, uma média de R$ 1 mil por edição. O valor inclui cachê, sistema de som, brigadista e locutor.
No entanto, o certame foi cancelado. “A paralisação momentânea ocorreu em razão de um problema com a documentação do licitante que participou do certame para gestão do evento semanal. Diante do problema com a empresa, a licitação foi anulada parcialmente e o edital será repetido no dia 17 de abril”, diz o comunicado.