Acontecendo“Não sou covarde”, diz Barreto do Mercado

A Comarca22 de janeiro de 201512 min
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“Não sou covarde”, diz Barreto do Mercado

Em entrevista exclusiva à Comarca, o vereador e 1º secretário da Mesa Diretora da Câmara de Avaré rebateu as declarações do vereador Marcelo Ortega que chegou a chamar o petista de “covarde”

Da Redação

barreto

“Não sou covarde”. Essa foi a declaração proferida pelo vereador e 1º secretário da Câmara de Municipal de Avaré, Francisco Barreto durante entrevista exclusiva concedida à Comarca na última terça-feira, dia 13. O petista rebateu as declarações do vereador Marcelo Ortega, que o chegou chamá-lo de “covarde” em uma matéria publicada na última edição de 2014 da Comarca.

“A declaração do Ortega foi chocante. Eu nunca tinha escutado esse nome (covarde) e na política tem que ter ética. Covarde é uma palavra muito forte e na minha vida pessoal eu nunca me acovardei, sempre aceitei os desafios e na vida política tenho procurado ter essa mesma postura”, disse o petista.

Além de falar que não teria sido “covarde” ao abrir mão de sua candidatura para apoiar Denílson Ziroldo como presidente da Mesa Diretora do Legislativo, Barreto destacou ter sido político e ao mesmo tempo ético. “Eu não fiz acordo com ninguém, eu fiz política. Eu fui ético e não procurei ninguém que fazia parte da Mesa Diretora que o Ortega estava formando. Até o último momento eu esperava o apoio da Bruna Silvestre, mas a partir do momento que eu não iria contar com o apoio dela, não fui mais atrás. Ela queria manter os cargos dela na Câmara e nós não aceitamos. Em entrevista que dei a alguns órgãos de imprensa eu disse que iria atrás do voto do Tucão e do Denílson (Ziroldo) e quando vi aquela postagem daquela foto na internet aí eu vi que praticamente já tinha perdido a eleição”.

COMPROMISSO – Sobre o possível acordo que teria ocorrido em 2013 durante a eleição da Mesa Diretora, que acabou elegendo Bruna Silvestre como presidente, onde o grupo da base de Poio Novaes teria se comprometido em votar em Ortega para presidente, Barreto acabou confirmando o acordo, porém afirmou que a mudança de postura do vereador do PV teria gerado toda a nova articulação para eleger o presidente do Legislativo.

“Nós fizemos um acordo na primeira composição da Mesa Diretora de eleger o Marcelo (Ortega), mas depois disso nós nunca mais sentamos para conversar. Tinha um grupo de 6 pessoas, mas o grupo que eu defendo é formado por quatro pessoas: Ernesto, Ditinho, Rosângela e eu. Tenho respeito pelo Marcelo (Ortega), pelo Laids Baiano, mas não eram pessoas que eram tidas que faziam parte deste grupo”.

RESPONSABILIDADE – Apesar de tudo, ele disse que não irá mudar o relacionamento com o vereador Marcelo Ortega – porém revelou que terá uma conversa com o parlamentar do PV. “Nosso relacionamento com o Ortega não vai mudar porque nós temos responsabilidade e as agressões não vieram da nossa parte. Nós fomos muito agredidos como partido e eu de forma pessoal, mas eu não costumo levar essas coisas por outros lados, porém eu vou conversar seriamente com o Marcelo, pra ele me falar principalmente dessa palavra, onde me chama de covarde. Me magoou demais isso”.

RACHA  – O racha entre Ortega e a base governista teria ocorrido durante a votação de um projeto que “cassava” os debates dos requerimentos. Segundo Barreto, Ortega teria revelador que iria se abster do voto, porém acabou sendo favorável ao projeto, que acabou sendo aprovado.

“Um dos momentos que nos chateou foi quando foram cassar a palavra dos vereadores na discussão dos requerimentos. Isso foi uma coisa que pesou muito. No dia da votação tivemos uma reunião com o Poio (Novaes) e ficou combinado entre nós vereadores que esse projeto, que era de autoria da Bruna (Silvestre) que votaríamos contrário e o Marcelo (Ortega) nos disse claramente que não havia declarado o voto para a oposição e teria decidido se abster do voto. Nós fomos para o plenário, o Ortega não falou nada com a gente e ele acabou votando de forma favorável ao projeto”. Prossegue Barreto: “A partir daquele momento nós não confiávamos mais nele (Ortega), porque ele combinou algo de marca com a gente e a noite votou de forma diferente”, completou.

O petista afirmou que o Partido dos Trabalhadores não teria vendido sua honra política ao abrir mão da candidatura para presidente da Câmara e apoiado um parlamentar que é considerado membro da oposição. “O PT não vendeu a honra política, o partido tem responsabilidade. Se na eleição tivéssemos lançado candidato próprio para prefeito, talvez o Poio não tivesse sido eleito. Nós temos responsabilidade com a cidade. O PT e é um partido que não tem medo de fazer política e enfrentar as opiniões”.

PRÉDIO – Barreto revelou também que a Câmara deverá construir um anexo na nova sede do Legislativo. “Está se fazendo um estudo para a construção de um anexo atrás do novo prédio e o Ziroldo concordou. Vai gastar mais dinheiro, em torno de R$ 400 mil”.

Para ele, os valores finais da obra, com o prédio equipado, irá chegar a cerca de R$ 6 milhões. “Uma vez falei que o valor do prédio chegaria em cerca de R$ 6 milhões e algumas pessoas acharam que não, mas o valor com o anexo vai para R$ 4,5 milhões e com o prédio equipado vai mais R$ 1,5 milhão. A nossa intenção é fazer essa obra este ano e realizar as sessões de 2016 já na nova sede”.

PREFEITO – Sobre o governo de Poio Novaes, Barreto não se sentiu à vontade em saber que não haverá uma reformulação no atual secretariado. “A gente percebe que não vai mudar secretários. Na última sessão extraordinária de 2014, durante a votação do projeto que criava a essa nova Secretaria, nós cobramos o governo porque tínhamos medo do secretário desta pasta ser político. Tem secretários que evitam falar com vereadores, que fogem dos parlamentares e nós pedimos mais agilidade ao prefeito em relação ao secretariado, mas senti que não vai mudar nada. O PT vai cobrar mais o governo, pois tudo tem um prazo”, completou.

Apesar disso ele defende que o PT continue apoiando o governo. “Não conversamos internamente em lançar candidato em 2016, mas temos um compromisso com o governo, porque se não fosse o PT esse governo não estaria aí. A gente quer que o governo dê certo. Temos que torcer para o governo ir bem nesses últimos dois anos e o PT continuar apoiando. Se o governo não deslanchar, eu vou cobrar”, finalizou.

 

 

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