AcontecendoServidores continuam enfrentando problemas com Banco Cruzeiro do Sul

A Comarca1 de junho de 20158 min

Servidores continuam enfrentando problemas com Banco Cruzeiro do Sul

Mesmo com descontos de empréstimos efetivados pela Prefeitura, nomes de servidores continuam negativados

Da Redação

Funcionários dívida Banco Cruzeiro 1

Servidores da Prefeitura de Avaré continuam enfrentando um grave problema com o Banco Cruzeiro do Sul: a negativação de seus nomes junto a órgãos de proteção ao crédito, sob a alegação de que não teriam honrado empréstimos feitos junto ao banco.

Servidores refutam, contudo, a alegação, frisando que os empréstimos foram feito de maneira consignada à Folha de Pagamento, ou seja, os descontos já eram realizados nos holerites dos trabalhadores da Prefeitura.

Um servidor ouvido pela Comarca que enfrenta o problema afirmou que seu empréstimo foi feito durante a gestão do ex-prefeito Joselyr Silvestre. “O empréstimo era descontado em Folha. Então todo mês um valor já era destinado ao Banco Cruzeiro do Sul”, comentou.

Ainda segundo suas explicações, os problemas com o banco começaram na gestão de Rogélio Barcheti. “Naquela época, as parcelas eram descontadas dos servidores, mas, pelo que nos foi explicado, não estavam sendo repassadas ao banco”, afirmou.

O servidor, que está na Prefeitura há 12 anos, afirmou também que começou a receber cobranças do banco em novembro de 2014 referentes a parcelas de 2011. “O mais complicado é que eu estava dando entrada em uma casa através da Caixa Econômica Federal pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, mas como meu nome foi negativado, não consegui dar continuidade a compra”, explica.

Para conseguir comprar sua casa através do financiamento, o servidor resolver fazer um acordo com o Banco Cruzeiro do Sul para que eu nome fosse excluído do Serasa. Mesmo tendo a comprovação de que os valores cobrados pela instituição financeira já haviam sido pagos, o servidor não encontrou outra saída. “Eles afirmaram que eu devia R$ 1,7 mil. Na base da negociação, consegui baixar para R$ 700. Já paguei uma das parcelas do acordo, mas é um absurdo, pois sou um cidadão que sempre honrou com os pagamentos. Pagar a mesma conta duas vezes é muito triste”, lamenta.

FALTA DE APOIO – Para o servidor municipal, há falta de apoio do Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Avaré e Região. “A gente vai até eles, mas não sabem explicar nada. Ficam falando que a gente tem que ir atrás deste ou daquele documento. Mas eles é que tem que correr atrás. Senão para que serve o Sindicato?”, questiona.

Para o servidor ouvido pela reportagem, a dívida é da Prefeitura e não dos funcionários. “O desconto era feito direto na Folha. Não tinha como não pagar. Esse dinheiro foi descontado de mim e de outras pessoas. Se a Prefeitura não pagou o banco, é um problema deles com a Prefeitura”, avalia.

O servidor destacou ainda que continuará buscando seus direitos, e que deve procurar a Associação dos Servidores Públicos de Avaré. “Eu tenho paciência e sei que o Banco Cruzeiro do Sul está errado. É só um bom advogado avaliar esses documentos. Não pode cobrar uma dívida, que já está paga, duas vezes. Mesmo que demore, eu sei que vou solucionar essa situação. Mas fico com pena dos meus colegas de Prefeitura que são mais simples e não tem ninguém que explique direito como agir nessa situação. Muitos já estão pagando acordos injustos”, finalizou.

ACORDO – Em julho de 2013, já na gestão de Poio Novaes, a Prefeitura negociou a dívida com o Banco Cruzeiro do Sul referente ao período de agosto de 2012 a março de 2013, quando os valores descontados dos servidores não teriam sido repassados à instituição bancária.

O montante da dívida na época era de R$ 1.280.980,93, e o acordo previa a quitação desse valor em dezoito parcelas.

Na época, o Banco Cruzeiro do Sul destacou que, devido ao acordo, a situação de todos os servidores que fizeram empréstimo estaria regularizada, já que os quem haviam contraído empréstimos junto à instituição também tiveram seus nomes negativados, mesmo tento as parcelas descontadas de seus salários.

A Comarca entrou em contato com a Prefeitura e com o Banco Cruzeiro do Sul para que o caso fosse explicado. No entanto, nenhuma resposta foi enviada até o fechamento desta edição.

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