Avaré continua sem espaço para apresentações teatrais
Situação motivou artistas do município a se manifestarem na Câmara Municipal
Da Redação
A falta de um local adequado para apresentações teatrais motivou artistas avareenses a se manifestarem na última sessão da Câmara realizada na segunda-feira, 15.
A manifestação foi encabeçada pela Companhia de Teatro Tomaládácá, fundada há 12 anos. Também participaram da iniciativa artistas de outros grupos.
Utilizando a tribuna, o artista Fellipe Diego Gomes da Silva relatou as dificuldades da classe artística para encontrar espaço para realização de peças teatrais e outras expressões artísticas, como dança e música.
De acordo com Fellipe, a última apresentação no Teatro Municipal Otávio Morales Moreno ocorreu em 2009. Desde então, o local está fechado para reformas estruturais, obrigando artistas a promover apresentações e ensaios em locais alternativos, como o anfiteatro da Fundação Regional Educacional de Avaré (Frea) ou nas Oficinas Culturais José Reis Filho (antigo Cac).
Porém, esses locais, que vinham sendo utilizados até meados deste ano, também não possuem Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e por esta razão não poderão mais ser utilizados para eventos.
Na Câmara, o artista cobrou compromisso dos parlamentares para solucionar a questão, que segundo ele obriga artistas de Avaré a trabalharem de maneira improvisada.
PRAZOS NÃO CUMPRIDOS – Fellipe ainda destacou durante seu pronunciamento que os prazos para entrega do Teatro Municipal vêm se arrastando há anos. “O secretário (Gilson Câmara) nos disse que o teatro será reaberto em novembro. Mas, desde que foi fechado para reforma, os prazos são prorrogados de março para julho, depois para agosto”, comentou.
Além da falta de teatro, Fellipe também abordou a falta de subsídio para os artistas da cidade, já os custos para alugar o espaço das apresentações e equipamentos de luz e som são altos.
A Comarca já noticiou a situação do Teatro Municipal, bem como a problemática que envolve o Complexo Cultural de Avaré, espaço que abriga os prédios onde funcionavam o Reciclarte e o Nocaija (antiga Guarda Mirim).
Em todas as vezes que foi procurado, o secretário de Cultura Gilson Câmara destacou que todo complexo continua fechado para realização das reformas estruturais necessárias para obtenção do AVCB. De acordo com o gestor, como os espaços são do início do século passado, o trabalho de restauração e reforma exigiu muito tempo para sua conclusão.
A Comarca abordou o assunto pela última vez em dezembro de 2014. Na época, foi explicado que para dar continuidade à reforma, a Secretaria de Planejamento deveria confeccionar o projeto para a realização da licitação das futuras obras.
Na ocasião, foi divulgado que o projeto seria entregue no início deste ano, possibilitando a reinauguração em agosto do teatro, bem como de todo complexo que receberá projetos como o Projeto Guri, Oficinas Culturais e o Clube da Viola e Sanfona, entre outros.
Como o projeto foi enviado após o tempo previsto, o que deve atrasar o término das benfeitorias, a reinauguração do Complexo Cultural foi remarcada para novembro.
Nesta quinta-feira, 18, o secretário da Cultura, Gilson Câmara, destacou, contudo, que o atraso na entrega do teatro não prejudicou a realizações dos eventos em Avaré. Ele destacou ainda que tanto o Cac quanto o Teatro da Frea estão aptos para receberem eventos culturais.
O secretário afirmou que está aguardando a finalização do projeto que prevê pintura anti-chamas, implantação de portas anti-pânico e forro de isopor isolante, retirada do piso de borracha, adequação da escada da Casa das Artes e Artesanato e troca do telhado e calha do Teatro.
Câmara destacou que ele é uma das partes interessadas na conclusão das obras. “Com o Teatro, poderemos trazer para a cidade eventos maiores, com mais conforto tanto para espectadores quanto para os artistas”, finalizou o secretário.