Suposta ausência de suporte técnico coloca em xeque decisões do Comutran

Da Redação

As alterações que estão sendo realizadas no trânsito de Avaré por determinação do Conselho Municipal de Trânsito (Comutran) estariam sendo aplicadas sem que um estudo técnico seja realizado por um especialista.

Na avaliação de um advogado ouvido pela Comarca, que tem acompanhado algumas situações do trânsito da cidade, várias das decisões tomadas pelo Comutran não são devidamente analisadas a contento. Exemplo dessa situação é que algumas vias têm o sentido de direção mudado e alguns dias depois voltam a ser como antes.

O mesmo acontece com a instalação de semáforos. Um deles, que fica localizado na esquina da Garagem Municipal, na Avenida Anápolis, não permaneceu nem duas semanas funcionando e já foi retirado.

Segundo o jurista, o Comutran necessitaria contar com um técnico especialista em trânsito e que as alterações deveriam ser muito bem estudadas antes de serem colocadas em práticas. “O que acontece em Avaré é que o Comutran se reúne, decide e já coloca em prática aquilo que eles acham que serve para a cidade, mas não realizam um estudo mais profundo, se vai haver prejuízos a motoristas, aos moradores ou a comerciantes”.

ARBITRARIEDADE – Os “bloquetes” que foram instalados na Avenida Paulo Novaes também teriam sido colocadas sem um estudo técnico. O Comutran teria se pautado por um Estudo de Impacto de Vizinhança (EIV) que teria sido realizado por uma empresa particular. “Não é possível o conselho se utilizar de um EIV particular que não tem validade jurídica alguma para implantar algo. Isso teria que ser feito pela Prefeitura através de um técnico, profissional esse que o conselho não tem. Eles estão impondo mudanças no sistema viário de forma arbitrária e isso não pode ocorrer”, destacou o advogado.

PREJUÍZOS – Ele revelou que durante uma reunião que foi realizada na noite de quarta-feira, 17, no Centro Administrativo, empresários mostraram enorme descontentamento com os problemas causados pela instalação de defensas de concreto (bloquetes) no meio da via. “Isso prejudicou todo o comércio do entorno. Como é que colocam obstáculos prejudicando o cruzamento nessa via, mas não dão opções de retorno ao motorista?”.

Segundo ele, diante do possível prejuízo, alguns empresários chegaram a ameaçar “ir embora de Avaré”, por causa da forma com que estão sendo tratados. “É uma possibilidade. A mudança no trânsito dessa área vai causar prejuízos, e já tem empresário com propostas de outras cidades, onde o tratamento e o respeito são maiores. Essa seria uma possibilidade, caso essa história dos bloquetes não fosse resolvida”, disse. A solução paliativa adotada pela Prefeitura foi a abertura de uma abertura na linha de obstáculos, permitindo o cruzamento de veículos entre as vias.