Falta de medicamentos estaria prejudicando pacientes do Caps
Da Redação
O Centro de Atenção Psicossocial de Avaré (Caps) é considerado uma referência regional no tratamento de pessoas que sofrem de transtornos mentais.
Desde setembro, porém, a Prefeitura de Avaré não estaria adquirindo a maior parte dos medicamentos destinada a atender as cerca de 900 pessoas. Só uma parcela tem sido suprido pelo próprio centro, que segundo informações obtidas pela Comarca tem verba própria destinada a esse fim.
Recentemente, o Centro de Atenção Psicossocial de Avaré ficou responsável pelo tratamento de cerca de 70 pessoas assistidas pela Fundação Padre Emílio Immos. Devido a isso, o número de medicamentos fornecidos pelo Caps aumentou.
Segundo informações, a cada três meses o Caps envia à Secretaria de Saúde uma lista de produtos utilizados pelos pacientes e que necessitam ser adquiridos, porém a Prefeitura não estaria cumprindo os prazos. Com o aumento do número de pacientes, a entidade estaria solicitando uma quantidade maior de medicamentos para pacientes por cerca de seis meses.
A Comarca obteve a informação que a Prefeitura estaria dando prioridade à aquisição de medicamentos para pacientes que impetraram ações judiciais e foram beneficiados com mandados de segurança. Cerca de 50 pedidos de compras de remédios, por meio de ações judiciais, estariam chegando por dia na Secretaria de Saúde. O setor, aliás, tem apenas um funcionário responsável para a compra de medicamentos para todos os departamentos de Saúde do município.
NERVOSISMO – A grande parte dos pacientes atendidos pelo Caps faz uso de medicamentos de forma contínua. Há relatos de que a falta de remédios já está afetando a saúde de algumas pessoas: algumas das pacientes estariam tendo ataques de fúria e até praticando automutilação.
Durante a última sessão de segunda-feira, 30 de novembro, o vereador Davi Cortez falou sobre o assunto. “Estão faltando medicamentos para os pacientes do Caps. Existem também pacientes que não são do Caps e acabam utilizando os medicamentos, o que seria um uso indevido, porque é uma medicação de uso exclusivo para aqueles pacientes e isso não pode acontecer”, avaliou.
Além de atrasar a compra de medicamentos, a Prefeitura também estaria atrasando o aluguel da atual sede do Centro Psicossocial. Informações dão conta que o atraso já chega a dois meses.
A Comarca enviou um email questionando a Secretaria de Comunicação sobre o caso, mas até o fechamento desta edição a Prefeitura não retornou.