Pacientes denunciam a falta de medicamentos no Caps de Avaré
Conseguir consulta com psiquiatra também é motivo de queixa; situação estaria causando danos ao tratamento de pacientes
Da Redação
Pacientes que fazem tratamento psiquiátrico no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Avaré denunciam um problema que já se tornou crônico: a falta de medicamentos no local.
A unidade serve como uma central de tratamento para quem sofre com depressão, psicoses, esquizofrenia, síndrome do pânico, bipolaridade, ansiedade, entre outras doenças de caráter psíquico.
Os pacientes criticam o que consideram um descaso, e ainda afirmam que a situação acaba afetando o tratamento e gerando insegurança. “Quando a gente chega e fica sabendo que não tem o remédio, bate um desespero. A gente já fica pensando nas crises que vão ocorrer. É muito triste, e é um problema frequente”, comentou A.T., mãe de um rapaz que sofre de esquizofrenia.
Já E.C.V., que trata depressão, afirma que o prefeito Poio Novaes parece “não se importar” com o que os pacientes e familiares estão passando. “Ele (prefeito) não precisa de um órgão público pra se tratar. Ele tem condições em ir pra qualquer lugar do mundo se preciso for. (…) É uma pena ele tratar a saúde dessa forma, mesmo sendo médico, com tanto descaso”, frisou.
Sem dinheiro para comprar a medição, alguns pacientes afirmam que “racionam” os medicamentos ou acabam tendo que interromper o tratamento.
Entre os remédios que estariam em falta estão clonazepam, diazepam, amitriptilina, bupropiona, escitalopram, fluoxetina, lorazepam, nortriptilina, venlafaxina, clorpromazina, levomepromazina, melperona, olanzapina, pimozida, carbamazepina, clorpromazina, dissulfiram, entre outros, utilizados nos tratamentos de depressão, ansiedade, psicoses, esquizofrenias, síndrome do pânico, alcoolismo, tabagismo e dependência química.
FALTA DE PSIQUIATRA – Para um dos denunciantes, além da falta de medicamentos, outro problema para pacientes que fazem tratamento no Caps é dificuldade em conseguir consultas com psiquiatras.
Segundo um dos pacientes, o tempo de espera para uma consulta pode ultrapassar quatro meses. Além disso, para conseguir o retorno, o tempo de espera também é longo.
O tratamento de doenças psiquiátricas precisa ser acompanhado com frequência, porém, pacientes teriam que esperar mais de 60 dias para conseguir um retorno para que o psiquiatra possa avaliar se o tratamento está ou não surtindo efeitos, um período que, segundo os usuários do Caps, seria superior a validade das receitas.
OUTRO LADO – Apesar de ter sido procurada para comentar a situação, mas até o fechamento dessa edição, a Secretaria da Saúde não enviou respostas sobre quanto a entrega de medicamentos será regularizada, nem sobre o que deve ser feito para que o tempo de espera de consultas seja reduzido.