Da Redação
Anunciado pelo ministro dos Transportes Maurício Quintela, a obra de transposição da Rua Alagoas por baixo da linha férrea, sentido Brabância, é fruto de um trabalho que remonta à gestão de Wagner Bruno – fato reconhecido pelo próprio Jô Silvestre que, em seu discurso, disse que “há 16 anos” a cidade espera tal conquista.
O fato não passou despercebido por Marialva Biazon que, durante a Palavra Livre, disse que “gostaria de fazer justiça” ao Governo de Wagner Bruno, lembrando que as primeiras tratativas para estudar uma alternativa de acesso através da linha férrea iniciaram naquela gestão.
Ela disse ainda que Jô Silvestre “está colhendo os frutos da boa iniciativa” de Wagner Bruno e de outros gestores.
Sobre o assunto, a Comarca ouviu Wagner Bruno, que relembrou do trabalho de sua gestão nesse sentido. “Realmente quando assumi (ano 2000), iniciamos um trabalho no sentido de buscar novas alternativas de acesso entre os bairros da cidade, através da linha do trem”.
ESTRUTURAS – Ele cita a Rua Alagoas e, principalmente, a Rua Theodoro Colella, que dá passagem para a Vila Martins III, do lado do Campo do Fluminense.
Em face da complexidade dos projetos, o ex-prefeito conta que organizou uma comitiva para visitar Presidente Prudente, cidade cortada por ferrovia e que tem diversas passagens estreitas ligando vários bairros. “Foi uma forma de conhecermos as estruturas utilizadas naquela cidade e vermos qual se adequava à realidade de nosso município”, explica Wagner.
Além do então prefeito, participaram da visita José Mário Rosário (Obras), César Cruz (Jurídico) e Glauco Fabiano Fávero Oliveira, que na época respondia pela chefia de Gabinete e hoje é membro do primeiro escalão do atual prefeito Jô Silvestre. Na ocasião eles foram recebidos pelo então prefeito Agripino Lima.
MOVIMENTAÇÃO – Com base naquelas informações, e em face do custo e da complexidade da obra, foi elaborado um projeto para ampliação da Rua Theodoro Colella. “Era mesmo uma questão de custo e de necessidade. Fazer um túnel da Rua Alagoas seria importante, mas devido ao custos, optamos por iniciar o trabalho na ligação da Vila Martins III, o que atenderia a uma população maior”, relata Wagner. “Mas havia sim, uma movimentação nesse sentido”. Segundo ele, esse estudo foi realizado e o projeto consta dos arquivos da Prefeitura. “É só retomar”, diz. “Não pudemos fazer por questão de orçamento, o ideal seria que o recurso viesse de convênio, mas não foi possível na época”.
ENCHENTE – Ele faz um alerta: “Na mesma época, por causa das enchentes, fizemos um projeto para a construção de três piscinões. Um deles seria justamente anexo ao futuro túnel da Rua Alagoas. Será que o projeto atual contempla essa necessidade?”.
Segundo o ex-prefeito, é preciso haver uma retenção da água da chuva que desce da Brabância e da Vila Jardim naquele trecho. “Temos o córrego da Água Branca, bem ao lado da Avenida Getulio Vargas. Naquele trecho junta muita água da chuva. Se abrir um túnel sem fazer uma obra de contenção de água pluvial, pode-se criar um novo foco de enchentes na cidade”.
BARCHETI – A ideia voltou a ser retomada quase uma década depois, já na gestão de Rogélio Barcheti (2008/2012). Por telefone, ele disse à Comarca que em 2009 iniciou tratativas com o deputado federal Milton Monti e com o então diretor do Departamento Nacional de Trânsito (Denit) na época, Ricardo Madalena (hoje deputado estadual).
Eleconta que chegou a ir quatro vezes para Brasília tentar acertar o convênio para a obra. “O túnel faz parte do desenvolvimento e valorização dos bairros. Estávamos lutando para conseguir essa obra, que certamente iria revolucionar a mobilidade urbana e acesso a importantes bairros da cidade”.