AcontecendoDestaqueRegiãoRepresa de Jurumirim chega a 15% da capacidade útil e volta a preocupar Avaré e cidades da região

Jornal A Comarca aciona apoio junto a deputados federais para que o problema seja discutido no Congresso Nacional
A Comarca6 de dezembro de 20208 min

Vários internautas preocupados com a situação da Represa de Jurumirim criaram recentemente um grupo na rede social WhatsApp (SOS Represa de Jurumirim) através do qual estão se mobilizando com intuito de buscar apoio junto parlamentares do Congresso Nacional.

Esta semana, o advogado avareense Alexandre Faraldo propôs ao grupo a elaboração de uma petição assinada para ser enviada ao Ministério Público da cidade de Itaí, onde existe uma ação na qual a procuradoria faz indagações aos órgãos competentes sobre o problema da baixa na represa.

De acordo com o advogado Faraldo, o MP da cidade de Itaí interpelou órgãos como a Agência Nacional das Águas (ANA), o Operador Nacional de Serviços (ONS), a própria CTG Brasil entre outros que têm prazo de 10 dias para responder aos questionamentos. “Com a petição poderemos ter acesso às respostas dos órgãos interpelados e assim termos uma base para também tomarmos alguma iniciativa judicial”, afirmou Faraldo.

AUMENTO DA VAZÃO – Um áudio gravado pelo deputado federal Capitão Augusto (PL-SP) foi veiculado no grupo esta semana, no qual o parlamentar revela que a Represa Jurumirim está com pouco mais de 15% da sua capacidade. “Infelizmente a notícia que tenho não é nada boa, pois fiquei sabendo que o Operador Nacional de Serviço (ONS) vai liberar todas as comportas de hidrelétricas para suprir Itaipu. No caso das represas de Jurumirim, Chavantes e Capivara, a vazão poderá ser aumentada de 100 para até 900 metros cúbicos, provocando estrago ainda maior do que já está ocorrendo”, alertou o deputado.

O parlamentar sugere que os departamentos jurídicos das câmaras e prefeituras das cidades banhadas pela represa se mobilizem no sentido de acionarem apoio junto a deputados estaduais, federais e senadores, para que o problema seja amplamente discutido no Congresso Nacional.

COLSULADO CHINÊS – Além de contatar a assessoria do deputado federal Capitão Augusto, a reportagem do Jornal A Comarca também entrou em contato com o assessor do deputado federal Fausto Pinato (PP-SP), que tem estreita relação com o consulado chinês no Brasil.

Segundo o assessor Cristiano David, que foi eleito vereador na cidade de Manduri pelo DEM, assim que a mobilização em prol da represa tomar vulto uma reunião com o consulado chinês poderá ser agendada através do deputado Fausto Pinato.

“Nessa reunião seria imprescindível a participação de todos os prefeitos das cidades banhadas pela represa, assim como empresários que estão sendo prejudicados com a baixa do reservatório, representantes de ONGs ambientas, comerciantes, enfim, quanto maior a adesão maiores são as chances de sensibilizarmos as autoridades na busca por uma solução”, destacou Cristiano David.

MUNICÍPIOS BANHADOS – A Usina Hidrelétrica de Jurumirim (“Armando Avellanal Laydner”) é formada pelo represamento do rio Paranapanema e banha dez municípios no centro-sul do estado: Piraju, Cerqueira César, Arandu, Avaré, Itaí, Taquarituba, Tejupá, Itatinga, Paranapanema e Angatuba.

As baixas no reservatório de Jurumirim vêm ocorrendo com frequência nos últimos anos, sendo que o menor índice registrado na história foi de 12%. Em novembro do ano passado, durante audiência pública realizada em Avaré que contou com a participação de técnicos da CTG Brasil, o prefeito Jô Silvestre defendeu a união entre população, imprensa e lideranças regionais no sentido de adotar novas medidas para ampliar a pressão pela defesa da Represa Jurumirim, considerada o cartão-postal da Estância Turística de Avaré. Na época o nível do reservatório estava em 17% da sua capacidade.

SALA DE CRISE – O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Paranapanema (CBH) promove nesta sexta-feira, dia 4, a 23ª Reunião da Sala de Crise do Paranapanema. Na pauta do evento estão as condições hidrometeorológicas e de armazenamento dos reservatórios do Rio Paranapanema “devido à situação crítica dos reservatórios, culminada pela falta d’água”. A Sala de Crise será transmitida em forma de videoconferência aos convidados.

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