Cinco unidades prisionais da região de Avaré se destacaram na 16.ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep). No Centro de Detenção Provisória (CDP) de Cerqueira César e na Penitenciária de Bernardino de Campos, dois reeducandos de cada estabelecimento irão receber certificados de menção honrosa no torneio nacional. O CDP de Itatinga e as penitenciárias “Orlando Brando Filinto” de Iaras e “Cabo PM Marcelo Pires da Silva” de Itaí tiveram um detento em cada presídio contemplados com o mérito.
A Coordenadoria da Região Noroeste (CRN) inscreveu 3.299 detentos na Obmep. Em nove unidades de Avaré e região, foram 680 inscritos. A maior competição científica do país passou por mudanças em razão da pandemia de Covid-19. A edição, que seria realizada em 2020, foi transferida para o ano passado. Os exames foram aplicados em salas de aulas instaladas nos presídios, respeitando todos os protocolos de prevenção do novo coronavírus.
BRONZE – Com o objetivo de preparar as pessoas privadas de liberdade para o retorno à vida em sociedade, as secretarias de estado da Administração Penitenciária (SAP) e Educação (Seduc-SP) vêm estimulando, cada vez mais, os reeducandos a participarem da Olímpiada de Matemática – realizada pelo Instituto Nacional de Matéria Pura e Aplicada (IMPA).
Ainda não há uma data definida para a premiação da 16ª Obmep, que contará com a entrega de 575 medalhas de ouro, 1.725 de prata e 5.175 de bronze, além de 51.900 menções honrosas.
Entre os medalhistas, inclusive, está um egresso do Centro de Ressocialização (CR) “Dr. João Eduardo Franco Perlati” de Jaú, que faturou medalha de bronze. “Fiquei surpreso e muito feliz”, comemorou o cinegrafista Sheston Lescano de Oliveira Cardoso, 47 anos, que ganhou a liberdade há cerca de 20 dias.
Ele concluiu o Ensino Fundamental dentro do sistema prisional. Agora que está de volta ao convívio social, pretende trilhar novos caminhos. “Vou continuar a minha profissão como cinegrafista e terminar os estudos, mas também quero cursar o Ensino Superior em Administração de Empresas”, finaliza.
HISTÓRICO – A Coordenadoria Noroeste tem histórico positivo no torneio. Na edição de 2017, um presidiário colombiano, que cumpria pena na Penitenciária de Itaí, faturou a medalha de ouro. Ele foi o primeiro preso na história da Obmep a levar o prêmio máximo.
Em 2018, dois detentos conseguiram prata e bronze. Já em 2019, outro preso da Penitenciária de Itaí faturou medalha. De origem francesa, ele foi condecorado com a insígnia de bronze.
Por Marcus Liborio – CRN