AcontecendoComandante da PM nega solicitação de prefeito para não fiscalizar veículos

A Comarca10 de junho de 201411 min

TRANSPORTE ESCOLAR
Comandante da PM nega solicitação de prefeito para não fiscalizar veículos

Em entrevista ao programa Jornal da Paulista FM, o major Fábio Augusto Ximenes negou algum tipo de pedido do prefeito Poio Novaes para deixar de fiscalizar os veículos da Expresso Kaçulla

Da Redação

Onibus kaçula

O comandante do 53º Batalhão da Polícia Militar de Avaré, major Fábio Augusto Ximenes André de Aragão, negou que o prefeito Poio Novaes tivesse solicitado que os policiais militares deixassem de fiscalizar os ônibus da Expresso Kaçulla, que faz o serviço de transporte escolar do município.

Em entrevista ao programa jornalístico Jornal da Paulista, que vai ao ar pela Rádio Paulista FM, o major Ximenez negou qualquer conversa com o prefeito Poio Novaes relacionada ao transporte escolar. “Com relação ao transporte escolar de Avaré eu nunca a cheguei a ter um diálogo com o prefeito sobre este assunto. Na verdade, nunca houve esse tipo de conversa”, afirmou.

O comandante revelou ter recebido denúncias relacionadas aos veículos da Expresso Kaçulla. “O que ocorre é que há alguns meses recebi algumas pessoas no Batalhão apresentando diversas denúncias referentes ao transporte escolar de nossa cidade. Por ser tratar de uma denúncia como essa, eu tive a preocupação de tratar o fato de maneira preventiva”, disse.

OFÍCIO – O major Ximenez diz ter endereçado um ofício ao prefeito Poio Novaes informando as denúncias e solicitou que as supostas irregularidades fossem apuradas e regularizadas. “Eu peguei a denúncia e fiz um oficio ao senhor prefeito encaminhando as denúncias sobre algumas supostas irregularidades poderiam estar ocorrendo envolvendo os veículos de transporte escolar no município e solicitei, se fosse o caso, que providências fossem tomadas”.

Além disso, o comandante teria levado o problema ao conhecimento da secretária de Educação, Lúcia Léllis, para que os problemas fossem sanados. “Telefonei para a secretária de Educação e solicitei que, se ocorrer alguma irregularidade, que o problema fosse sanado. Independentemente dessas orientações e explicações, o policiamento ostensivo continuou realizando seu trabalho”.

APREENSÃO – O major Ximenez negou qualquer tipo de trabalho repressivo em cima dos veículos do município. Ele confirmou que 3 veículos de transporte escolar, sendo 2 da Expresso Kaçulla e 1 da Prefeitura chegaram a ser apreendidos por apresentarem irregularidades.

“Nós não iniciamos um patrulhamento repressivo em cima dos veículos no município, porém, nas áreas de interesse e segurança pública, encontramos alguns veículos de transporte da nossa cidade, recentemente, 2 da empresa Kaçulla e 1 do município, onde foram encontradas umas irregularidades e nessa ocasião foram encontradas irregularidades e eles foram recolhidos. Esperamos que esses veículos, os problemas sejam sanados para que possa continuar servindo as pessoas”.

SEGURANÇA – O comandante do 53º Batalhão acrescentou ainda que a administração pública não tem essa liberdade de conceder prazo para fiscalização. “Todo veículo que transita nas vias tem que estar regularizado. A PM não pode dizer que esse veículo pode estar irregular e aquele não. Todos os veículos da administração pública têm que dar exemplo e precisam estar devidamente com a documentação em dia para assegurar aos passageiros e aos demais cidadãos que o deslocamento acontece de maneira segura”.

Caso houvesse algum tipo de solicitação para não fiscalizar algum veículo, o major afirma que a PM não aceitaria este tipo de fato. “Se houvesse um pedido como esse, iríamos ouvir com respeito, mas falaríamos que não poderíamos fazer isso. A lei não nos faculta e nós somos um braço da lei”.

Ele se colocou à disposição para ir a Câmara de Vereadores falar sobre o fato. “Ficaria muito contente em ir à Câmara Municipal para explicar como a PM trabalha e sobre qualquer outra dúvida”.

CORREGEDORIA – O major revelou ter sido pego de “surpresa” com a repercussão de uma informação sobre uma suposta falta de fiscalização nos veículos que, inclusive, seria alvo de investigação da Corregedoria da Polícia Militar. “De fato eu realmente fui pego de surpresa com a notícia relacionada ao transporte escolar. Vou à Câmara Municipal porque a gente percebe que existem algumas preocupações sobre o assunto, temos recebido alguns documentos e estamos respondendo a todos”.

Ainda segundo o major, “a questão sobre o transporte (escolar) tomou um vulto muito grande e vários setores da PM, do Ministério Público e outros setores foram acionados por conta desta preocupação e até o momento nó nos limitamos em esclarecer por escrito”, finalizou.

NOTA – Em nota, o prefeito Poio Novaes destacou que as informações relacionadas ao fato teriam sido deturpadas. Ele critica o fato de o vereador Roberto Araújo ter envolvido o nome do major Fábio Ximenes no caso da vistoria dos ônibus de transporte escolar.

Menciona ainda que o vereador teria feito “conclusões equivocadas” de uma entrevista do prefeito Poio Novaes à Rádio Paulista FM, onde o chefe do Executivo teria falado de “acordo” entre a Polícia Militar e a Prefeitura de Avaré no sentido de conceder um prazo para regularização de documentação de veículos para transporte escolar.

A nota destaca ainda que o diálogo não teve a participação de qualquer membro da PM. “Este diálogo não teve participação do prefeito ou de qualquer membro do comando da Polícia Militar e versou sobre a possibilidade de que a Prefeitura regularizasse seus ônibus de transporte escolar com relação a um documento específico para o transporte escolar exigido pelo Código Brasileiro de Trânsito. Diante disso, o prazo foi concedido à Prefeitura e permitiu a regularização dessa documentação que jamais fora exigida anteriormente. Em conclusão, o Executivo lamenta o ocorrido, com a citação do major Fábio Augusto Ximenes, da Polícia Militar, em situação que jamais ocorreu”.

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