CLA firma convênio operacional com cooperativa Castrolanda
Cláusula possibilita eventual incorporação da empresa avareense; presidência nega que convênio seja uma tentativa de evitar que a CLA feche as portas
Da Redação
A Cooperativa de Laticínios de Avaré (CLA) firmou convênio operacional com a Castrolanda, cooperativa situada em Castro, no Paraná.
O anúncio foi feito em coletiva de imprensa realizada na manhã de terça-feira, 22, que contou com a presença do presidente José Ricardo Cardozo Barreto, o Rico Barreto, e integrantes do Conselho de Administração da CLA, além de Maurício Mesquita, auditor da Castrolanda.
A possibilidade já vinha sendo estudada há aproximadamente dois anos pela direção da CLA e o acordo foi aprovado por unanimidade no dia 11 de julho em assembleia geral extraordinária.
Em seu pronunciamento, Barreto classificou o convênio operacional como uma aliança estratégica que deve incrementar a produtividade da CLA.
Embora tenha passado por uma reestruturação que teria sanado débitos de administrações antigas, a cooperativa avareense estaria impossibilitada de oferecer ao produtor rural assistência técnica e o fomento necessário ao setor.
Para a direção, portanto, o acordo seria benéfico, uma vez que a Castrolanda detém tecnologia. Como contrapartida, a empresa paranaense irá instalar em Avaré um estabelecimento para a venda de insumos voltados para produtores de leite.
INCORPORAÇÃO – No primeiro momento, ambas as empresas vão continuar operando de forma independente. Uma cláusula presente no contrato, no entanto, prevê a eventual incorporação da CLA pela Castrolanda, possibilidade que foi avaliada como “um privilégio” por Rico Barreto.
Nesse caso, o patrimônio da CLA passaria a ser controlado pela empresa paranaense. Já a situação de funcionários, por exemplo, só seria decidida assim que o processo se consolidasse.
Questionado pela Comarca sobre rumores de que a entidade estaria numa situação financeira vulnerável e que o convênio seria uma tentativa de evitar que a CLA fechasse as portas, o presidente Rico Barreto reiterou que as dívidas foram sanadas e que as contas da empresa foram auditadas.
INVESTIMENTO – A Castrolanda vem ampliando a atuação no interior de São Paulo. Em conjunto com a Batavo, a empresa investe na construção de uma unidade em Itapetininga que terá uma área construída de 37 mil metros quadrados.
Matéria publicada em maio pelo Correio de Itapetininga informava que as paranaenses Castrolanda, Batavo e Capal assumiriam a administração da cooperativa Colaso, situada em Sorocaba. O texto aponta ainda que as cooperativas do sul ganham acesso ao mercado paulista ao incorporar a Colaso, que teria em contrapartida ajuda em tecnologia para elevar a produtividade, exatamente como o descrito no caso da parceria entre Castrolanda e a CLA.
DADOS – A CLA foi criada há 50 anos e beneficia hoje 14 mil litros de leite por dia, tem 110 associados e 37 funcionários.
A Castrolanda Cooperativa Agroindustrial foi fundada em 1951. A estrutura funcional conta com 961 colaboradores e 782 cooperados que produzem em larga escala milho, trigo, cevada, aveia, soja e feijão, além de forrageiras e leite.
Com um faturamento anual de R$ 1,7 bilhões, é considerada um das maiores e melhores cooperativas do país. De acordo com o Anuário do Agronegócio 2013 publicado pela Globo Rural, figura-se entre as 500 maiores empresas do agronegócio e entre as 10 melhores do setor.
O relatório anual da empresa revela que a cooperativa produziu 239.291 milhões de litros em 2013.