Turismo de Avaré ignora lei que cria o Circuito Turístico da Represa de Jurumirim
Legislação foi aprovada na Assembleia Legislativa e prevê a criação de um pólo de municípios ligados pela Represa; secretário de Turismo de Avaré diz que medida é “de difícil operacionalização”
Da Redação
De autoria do deputado Antonio Salim Curiati, o Projeto de Lei 10.855, que institui o Circuito Turístico da Represa de Jurumirim, ainda não saiu do papel. Aprovado e sancionado em 2001 pelo governador Geraldo Alckmin, a propositura tem como objetivo fomentar o turismo em toda a região.
Essa legislação possibilitaria a criação de um novo pólo turístico, tendo Avaré, como Estância Turística, à frente dos demais municípios, integrando a região e garantindo o fortalecimento do Turismo de forma integrada. Mas, a despeito de gestões anteriores, a iniciativa de Curiati acabou engavetada pela administração de Poio Novaes – e, como contrapartida, o secretário de Turismo Fernando Peixoto Alonso preferiu que Avaré entrasse em um circuito já existente – o Pólo Cuesta.
Além de Avaré, o Circuito da Represa beneficiaria as cidades da região como Arandu, Cerqueira César, Itaí, Itatinga, Paranapanema, Piraju, Taquarituba e Tejupá, entre outras localizadas às margens da Represa de Jurumirim.
Ciente da importância da iniciativa, através da indicação nº 218/2003, Curiati solicitou ao governador Geraldo Alckmin que agilizasse os procedimentos para o cumprimento da lei. “Saliente-se, entretanto, que nenhuma providência objetiva foi adotada pelo Poder Executivo visando dar cumprimento a esse dispositivo legal, isto é viabilizando a implantação do Circuito Turístico da Represa do Jurumirim”.
Curiati solicitou ainda que Alckmin determinasse as providências necessárias, “através dos órgãos competentes, visando a destinação de recursos para a criação de programas específicos com o objetivo de implantar e desenvolver o Circuito Turístico da Represa do Jurumirim, instituído pela Lei nº 10.855, de 31 de agosto de 2001”.
OUTRO LADO – Para o secretário de Turismo de Avaré, Fernando Peixoto Alonso, o projeto é complexo de ser implantado devido à “difícil operacionalização”. Ele faz referência ao fato de que “em 13 anos não houve qualquer movimento para tirá-la do papel”. E joga a responsabilidade sobre o Governo do Estado: “Se você se atentar ao artigo 3º, verá que cabe ao Estado criar programas específicos que incentivem a implantação do circuito. Desconheço até o momento qualquer ação do Estado neste sentido”, destacou.
Curiosamente, Peixoto nunca levou a proposta do Circuito Turístico da Represa de Jurumirim para, pelo menos, ser apreciada junto ao Conselho de Turismo de Avaré.
Além disso, agora, como o fato se tornou notícia, Peixoto entende que o projeto poderá ser implementado. “Vale a pena provocar a região e sentir o resultado, coisa que, atendendo a sugestão do jornal, faremos em breve”.
O secretário revelou ainda que outro projeto começou a ser implantando, porém acabou não tendo apoio de outros municípios. “A ação regional ao redor da represa ficou por conta da parceria proposta por Avaré, de unir as estâncias vizinhas no projeto Rota das Estâncias do Sudoeste Paulista. A parceria mais efetiva se deu com Piraju. No entanto, teremos ações que reúnam novamente estes municípios, reuniões serão marcadas ainda este ano”.
Mesmo com um projeto já instituído que poderia, se instalado, fomentar o turismo de Avaré e região, Alonso defendeu a inclusão da cidade no consórcio denominado Pólo Cuesta, que conta com várias cidades da região de Botucatu.
“Reitero a importância da participação de Avaré no Pólo Turístico da Cuesta, que está cumprindo seu papel principal objetivo estatutário: promover o turismo regional”.
Segundo o secretário, desde que Avaré se integrou ao Cuesta, foram investidos quase R$ 11 mil pelos cofres do município. Mensalmente, a Prefeitura de Avaré paga R$ 900 ao consórcio sediado em Botucatu.
INDIGNAÇÃO – Em entrevista à Comarca, o vereador Denílson Ziroldo destacou que pretender abordar o assunto na sessão da próxima segunda-feira, 18. “Como pode ter um projeto instituído e sancionado que beneficiará diretamente Avaré e toda nossa região? Estamos perdendo dinheiro, pois se formarmos o polo poderemos receber verbas maiores”, destacou.
Ziroldo diz que vai cobrar a Prefeitura e o secretário de Turismo para que o projeto seja desenvolvido. “Avaré tem encabeçar esse Circuito, se reunir com as cidades beneficiadas. Tem que levantar da cadeira e fazer com que as coisas aconteçam. Defendo a ideia de deixarmos o Cuesta e investirmos no Circuito Turístico”.
O vereador destacou ainda que desde que Avaré foi incluída no Pólo Cuesta, nenhum benefício teria sido trazido para a cidade. “Fui uma das pessoas que deram um voto de confiança para que Avaré fosse incluída neste consórcio, mas até o momento, cerca de um ano depois, não observei nenhum beneficio para o nosso município”. “Vou lutar junto para que possamos fazer de Avaré realmente uma cidade turística, mas se não tomarem atitude, vou cobrar e buscar outras formas pra que isso aconteça”, completou.