Nível da Represa Jurumirim cai para 15,5% de sua capacidade
Da Redação
Mesmo com as recentes chuvas que atingiram a região, o nível da Represa Jurumirim continua preocupante. Operando com apenas 15,5% de sua capacidade total, o reservatório registra agora o segundo pior índice dos últimos 32 anos. Apenas em julho de 2000 o índice foi menor, chegando a 14,4%.
De acordo com a concessionária responsável pelo sistema, pelo fato do solo estar extremamente seco, a água das recentes chuvas foi absorvida, não sendo suficiente para aumentar o volume.
Segundo informações do Instituto de Astronomia e Geofísica (IAG) da Universidade de São Paulo, a queda drástica na quantidade de chuvas, que estaria ocorrendo gradualmente desde 2012, é a principal causa da seca.
De acordo com a concessionária, no mês de julho, o volume estava na marca dos 38%, caindo para 32% em agosto e no mês seguinte, setembro, chegou aos 25%. Em outubro, o reservatório chegou aos 21% e na última medição, realizada neste mês, constatou-se a queda para 15,5%.
Por conta da estiagem, a paisagem na represa também mudou drasticamente. Em alguns pontos, a faixa de areia ultrapassa os cem metros, deixando expostos restos de árvores e tocos, além do surgimento de ilhas.
SEM TURISTAS – De acordo com comerciantes e empresários, o movimento de turistas no local não é o mesmo. Até mesmo embarcações de uma marina estão paradas, com recomendações para que os clientes não se arrisquem a navegar. Donos de hotéis e pousadas afirmam que a procura por estadias também diminuiu. Alguns afirmam que estão procurando alternativas para atrair clientes.
No Camping Municipal, a situação é mesma. No tablado de pesca, por exemplo, o nível de água é tão baixo que não há pescadores no local.
No entanto, mesmo com o nível crítico, a Secretaria de Turismo de Avaré alerta sobre os riscos de afogamento na Represa. De acordo com as informações, por conta do baixo nível da água as regiões mais profundas ficaram próximas das margens.
Além de Avaré, a Represa Jurumirim banha os municípios de Angatuba, Arandu, Cerqueira César, Itaí, Itapetininga, Paranapanema, Piraju, Taquarituba e Tejupá, tendo grande importância turística em todas essas cidades. Em muitas delas, braços da represa já estão secos há meses.
No entanto, institutos meteorológicos afirmam que as chuvas previstas para o próximo ano não devem reverter a situação. Para que os reservatórios voltem ao nível normal, a quantidade de chuvas necessária deve ser de duas a três vezes acima da média anual.