Polícia deve investigar incidente com idoso em casa de repouso
Direção da entidade nega maus-tratos e afirma que idoso, que sofreu queimaduras durante banho, recebeu todos os atendimentos necessários; funcionário recebeu advertência
Da Redação
A Residência do Amor Fraternal de Avaré (Rafa) deverá ser investigada pela Polícia Civil por suspeita de maus-tratos contra um idoso de 66 anos. A denúncia partiu de uma ex-funcionária que revelou um incidente ocorrido em 28 de novembro. Segundo o boletim de ocorrência aberto pela assistente social J.D., no dia 4 de dezembro ela tomou conhecimento de que um idoso teria sido vítima de maus-tratos, o que acarretou em queimaduras de 3º grau na cabeça, coxa e braço esquerdo. As queimaduras teriam sido provocadas por água quente enquanto o idoso tomava banho.
Ela declarou ainda que comunicou a presidente da instituição Rita Roessener sobre o ocorrido e que teria sido informada que uma reunião foi realizada no dia 1º de dezembro, ocasião em que ficou decidido que o fato era um acidente e que nada seria feito sobre o caso.
A ex-funcionária informou ainda que o idoso teria sido medicado por um médico, porém o homem não foi levado ao Pronto Socorro. Após denunciar o caso, a assistente social teria sido demitida.
OUTRO LADO – A Comarca esteve na Rafa na manhã de sexta-feira, 12, e falou com a presidente Rita Roessener, com o auxiliar de enfermagem envolvido no incidente e com a enfermeira responsável Alice Porrelli.
O auxiliar de enfermagem, L.F. revelou que no momento em que dava banho no idoso, a cadeira especial para o procedimento quebrou e o homem teria ficado preso. L. afirma que socorreu o homem, porém ao desligar os dois registros do chuveiro, acabou desligando apenas o dispositivo de água fria, deixando ligado o da água quente. Ele destaca que ficou preocupado em socorrer a vítima e ao perceber que água quente estava caindo sobre o idoso, desligou o registro.
Ele confirmou que algumas queimaduras foram constatadas, porém rebateu a afirmação de que teria ocorrido queimadura em 3º grau. L. disse ainda que comunicou a enfermeira sobre o caso e registrou o ocorrido no livro de registros da instituição. Ele acrescenta que pagou uma dermatologista e comprou, com recursos próprios, os medicamentos necessários para os curativos.
ADVERTÊNCIA – Segundo a presidente Rita Roessener, o auxiliar de enfermagem teria assinado uma advertência e caso o funcionário cometa outra “falha”, ele seria demitido. Ela revela ainda que não demitiu o empregado porque os idosos gostam dele por conta da dedicação que o auxiliar dispensa aos assistidos. Ela disse também que todas as medidas foram tomadas em relação ao fato, como o tratamento das feridas, bem como a assistência médica.
Em relação à demissão da assistente social, Rita afirma que outros motivos a teriam levado a demitir a funcionária. Ela finalizou se colocando à disposição para maiores esclarecimentos e convidou a população para conhecer os trabalhos realizados na instituição.