População cobra agilidade da Prefeitura na limpeza de terrenos
Da Redação
Apesar da intensificação da limpeza de ruas e áreas verdes promovidas pela Prefeitura de Avaré desde a segunda semana de janeiro, a população ainda se mostra descontente com a situação de terrenos e áreas verdes da cidade.
Na Rua Oscar Alves, no Vera Cruz, moradores teriam feito uma “vaquinha” para pagar o aluguel de uma máquina de cortar grama e realizar a limpeza de terrenos baldios nos arredores.
Em uma rede social, moradores de diversos bairros como Vila Jardim, Vila Operária, Bairro Alto, São Rogério e Camargo, entre outros, afirmaram que também já fizeram a limpeza em terrenos baldios. “Aqui no Bairro Camargo, eu mesma estava carpindo, pois o mato já está tomando conta da rua. Esses dias mesmo tinha uma cobra na porta de casa. É uma pouca vergonha. Cadê o prefeito de Avaré?”, disse a munícipe Rafaela Almeida.
Outra moradora afirma que nos fundos de sua casa o mato já teria ultrapassado um muro de 4 metros. “Já cansei de reclamar e nada”, comentou Lucia Maria Godoy.
Já Hélio Docado afirmou que “se depender dos nossos administradores, vira floresta”. O morador ainda ironizou. “Depois vem reclamar temos que combater a dengue no município, é sacanagem”.
LIXÃO A CÉU ABERTO – Outra situação que é constantemente criticada pela população é a quantidade de lixo e entulho descartada de maneira irregular em ruas e estradas do município. Entre os bairros mais atingidos estão a Vila Jardim, Vila Esperança, Camargo, Bairro Alto, Vera Cruz, Jardim Califórnia e Conjunto Habitacional Antônio Francisco Inocêncio.
Nesses locais, é possível observar que a maior parte dos detritos é composta por restos da construção civil como telhas, tijolo e concreto, além de móveis e lixo comum.
Algumas ruas se destacam pela quantidade de detritos, como o trecho final da Dona Carmem Dias Faria (Bairro Alto), Jairo Amorim e Wilson Sabino de Godoy (Conjunto Habitacional Antônio Francisco Inocêncio) e trecho final da Francisco Corrêa de Campos (Vila Esperança).
A Comarca visitou alguns desses pontos e o que mais chama a atenção é a quantidade de material em um ponto da Rua Wilson Sabino de Godoy, próximo à Praça Vereador Duílio Contrucci Gambini, onde passa um córrego.
De acordo com moradores das proximidades, diariamente caminhões e charretes depositam lixo em um barranco que dá acesso ao córrego. “Já virou um lixão esse pedaço. Até bicho morto jogam aí”, comentou o aposentado Cláudio Antônio.
Outros locais frequentemente utilizados como depósitos de lixo são áreas em bairros distantes, como Pontão do Remanso (represa) e Terras de São José.
ESTRADAS DO LIXO – Em muitas estradas rurais do município, a situação é a mesma. Uma das mais afetadas é a estrada que faz ligação entre os bairros Ipiranga e Vera Cruz. A situação do local já foi inclusive abordada por vereadores.
Outra estrada que recebe entulho com frequência é a estrada que passa atrás do aeroporto municipal e faz ligação com o local onde deveria funcionar a usina de detritos.
TRITURADOR DE RESÍDUOS – Obtido em 2010 através de um convênio com o Fundo Estadual de Prevenção e Controle da Poluição (Fecop), o triturador de resíduos da construção civil ainda não foi instalado.
Em outubro de 2013, a Prefeitura divulgou que o equipamento seria instalado até dezembro daquele ano, já que as obras para a construção da estrutura da usina de resíduos seriam concluídas em breve. Porém, a instalação do projeto foi abandonada.
Recentemente, o prefeito Poio Novaes afirmou que em breve serão concluídas as obras necessárias para que a usina comece a operar. O funcionamento deve ocorrer em março deste ano.
OUTRO LADO – O secretário de Serviços, Ricardo Aurani, destacou que existe um grande empenho do setor para realizar a limpeza em áreas públicas de toda cidade.
Aurani disse ainda que na próxima semana será realizada uma reunião, com diversos setores da Prefeitura, para que a fiscalização seja intensificada, coibindo a prática de despejo lixo e entulho em locais inapropriados.
A Comarca apurou ainda que no caso terrenos baldios particulares, a responsabilidade pela limpeza é dos proprietários.
De acordo com Flávio Denardi, do setor de Fiscalização da Prefeitura, moradores podem fazer denúncias sobre mato alto, o que pode gerar notificação ao proprietário.
Segundo o apurado pela reportagem, apesar de boatos que afirmam que a Prefeitura pode efetuar a limpeza de terrenos particulares e depois enviar a “conta” e multa aos proprietários, essa possibilidade não é prevista no Código Tributário ou na Lei Orgânica Municipal.