Ala do Pronto Socorro de Avaré está sob risco de interdição
Rachaduras preocupam pacientes e funcionários da unidade; setor de internação e observação é o mais afetado
Da Redação
A ala de internação e observação do Pronto Socorro de Avaré (PS) está sob risco de ser interditado devido a diversas trincas que estão aparecendo no local. A informação foi confirmada pelo secretário de Obras Paulo Ciccone. Pacientes e funcionários que trabalham no local estão assustados e com medo de que algo grave possa acontecer.
Ciccone revelou à Comarca que uma comissão formada por engenheiros do Departamento de Convênios (Decon) e da Secretaria de Obras vão visitar o imóvel na sexta-feira, 5, para avaliar a situação. Eles vão verificar se as trincas estão avançando ou estabilizadas. Caso as rachaduras estejam evoluindo, a ala poderá ser interditada.
O problema teria se originado por um vazamento que só foi detectado após o aparecimento das trincas. O problema foi solucionado, porém as rachaduras continuaram aparecendo.
ÁGUA – A vazão de água constante teria afetado a fundação do prédio. “Não adianta a gente (Prefeitura) somente fazer o reparo nas trincas. É jogar dinheiro público fora. O problema é maior. Estamos falando de fundação. Caso seja detectado que as trincas estão evoluindo, teremos que fazer uma obra que é complexa, de sustentação da fundação”, admitiu.
Ele revelou ainda que caso a comissão constate que as trincas estão evoluindo, o setor poderá ser interditado. “Vamos realizar essa avaliação. Acredito que as trincas não estejam evoluindo, mas caso isso esteja acontecendo, nós não vamos colocar em risco pacientes e funcionários do Pronto Socorro. Sabemos que é uma situação complicada, mas vamos fazer essa avaliação e verificar o que pode ser feito”.
A Comarca também ouviu a secretária de Saúde, Vanda Nassif, que afirmou que todas as providências estariam sendo tomadas para resolver o problema. Ela disse ainda que a responsabilidade pela avaliação e procedimentos necessários para resolver o problema é da Secretaria de Obras.
MEDO – Indignados e com medo da situação, acompanhantes de alguns pacientes procuraram a Comarca e enviaram fotos que comprovam diversas rachaduras no local.
As trincas são verificadas no setor de internação feminino e masculino e também no banheiro dos funcionários. Eles temem que parte das paredes ou do teto caia sobre as pessoas acamadas.
Algumas rachaduras vão do chão até o teto. As trincas também passam próximos aos tubos de oxigênio. “Tem um idoso que está entubado, outra paciente está com câncer, pessoas que necessitam de um local com condições para que eles possam se recuperar. Tenho medo que parte do teto ou da parede ceda a atinja alguém. Isso é um desrespeito com o cidadão que paga seus impostos”, desabafou uma pessoa que tem um familiar internado no setor. Ela não quis ser identificada com medo de algum tipo de retaliação.
Quem trabalha no Pronto Socorro conta que as rachaduras aumentam há vários meses. A Prefeitura teria feito alguns reparos em algumas trincas, mas não foi o suficiente para resolver o problema.
“Funcionários me contaram que as rachaduras vêm aumentando constantemente e ninguém dá uma resposta com relação à segurança de uma possível queda do prédio. Tem algumas trincas que dá para você colocar o dedo no buraco”, relatou a acompanhante.