O vereador que não compareceu à Audiência Pública da Saúde realizada na quarta-feira, 10, pode acompanhar um resumo do que foi apresentado pela equipe da pasta do secretário Roslindo Machado. O vereador Ernesto Ferreira de Albuquerque (PT) apresentou um resumo do que achou interessante na audiência durante a sua fala na Tribuna na sessão de segunda-feira, 15.
A série de tópicos da audiência anotada pelo médico vereador começou com o número de servidores da Saúde com mais de 60 anos que estão afastados, cerca de 40% da mão de obra. A diminuição nos atendimentos nas unidades de saúde também foi citada, com as consultas de um modo geral, menos no caso de gestantes que segue orientação do Ministério da Saúde. “O consumo de oxigênio aumentou bastante, o que significa mais pacientes com insuficiência respiratória sendo atendidos na rede pública”, destacou Ernesto.
OUTRAS DOENÇAS – O vereador Ernesto, assim como fez na última audiência pública da saúde realizada no ano passado, falou sobre doenças como a Dengue e a Aids. Ele observou quando foi dito na audiência que foram registrados 9 casos novos de Aids na cidade somente neste primeiro quadrimestre de 2020. “Também teve registro de 9 casos de Sífilis em gestantes e duas crianças também apresentaram a doença. “Está aí, a Sífilis, uma doença que muita gente pensou que ela tinha sumido, ela está aí”, disse Ernesto.
Quanto à Dengue, o vereador disse que os casos na cidade somam 13, sendo 9 autóctones (quando a doença é adquirida na própria cidade), e os outros 4 casos são importados de outros municípios, principalmente localizados no Norte do Paraná.
SEM RESPOSTA – Em sua fala na Tribuna Dr. Ernesto enfatizou que duas perguntas que fez ao secretário e à sua assistente não foram respondidas. “Eles ficaram de me responder posteriormente sobre o número de pacientes da linha de frente da Saúde recuperados da Covid-19, parece que foram 3, e quantos são os casos de síndrome respiradora aguda na cidade, quantos testes foram realizados em Avaré?”.
“A coisa tá feia e o pessoal tá querendo abrir”
Dr. Ernesto cita pesquisa que fala que número de infectados tem que ser multiplicado por seis
No ponto de vista do médico e vereador Ernesto Albuquerque a cidade de Avaré precisa investir na testagem da população. “É uma necessidade. Tem que fazer que nem em Lençóis Paulista, que está fazendo testes mais do que Bauru e Botucatu. A Coisa tá feia e todo mundo tá querendo abrir. Lógico que a coisa está grave, tudo mundo está perdendo…”, destacou o vereador.
O petista comparou o Brasil com outros países, que abriram a economia, mas a partir do momento de queda dos casos. “Aqui no interior nós estamos em franca ascensão dos casos. É uma falsa ideia de que aqui está tudo bem”, declarou Ernesto citando uma pesquisa feita pela Universidade de Pelotas-RS, que fala que os números da pandemia têm que ser multiplicado pelo menos por seis.
“Ainda bem que estamos com o número de óbitos estacionados, mas teve pelo menos duas cidades que tiveram aumento de 53% nos casos. Já somos o segundo país com maior número de mortes e o primeiro em mortes diárias. E isso vai até setembro, outubro. Não vai ter eleições assim como não tem como fazer a Emapa em dezembro. É obvio! Não é uma questão de torcer contra”, falou Ernesto.
CDC DOS EUA –Completando a sua fala, o vereador Ernesto citou resultados de estudos do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, que apontou as evidências de risco alto, médio e baixo de contágio para a Covid-19. “Superfícies, por exemplo, oferecem risco baixo, assim como atividades ao ar livre. Risco alto acontece em reuniões, escritórios, teatro, cinema. A carga viral é importante, é ela que define se quem vai pegar será grave ou não”.
O CDC aponta que no caso de uma respiração normal a pessoa elimina em torno de 20 partículas de vírus por minuto, enquanto que na fala a eliminação chega a 200. “A tosse e o espirro chegam a eliminar 200 milhões, e a gente precisa de 1000 para adquirir a doença. Por isso é fundamental o uso da máscara”, destacou Ernesto completando que restaurantes, festas, casamentos, arenas, cinema, são locais de alto risco de contágio, enquanto que o atendimento em lojas é de médio risco, e se for rápido o risco cai mais ainda.