Atraso na entrega teria gerado falta de fitas de glicemia
Em Avaré, 900 pacientes dependem do material; trâmite para compras estaria prejudicando setor da saúde
Da Redação
Por quase dois meses, diabéticos e hipoglicêmicos que dependem das fitas para medir a glicemia ficaram sem o material. Em alguns casos, as fitas chegam a ser usadas pelo paciente até cinco vezes ao dia. Em Avaré, cerca de 900 pessoas estão cadastradas para receber o item.
Segundo informações obtidas pela Comarca, desde o dia 10 de janeiro os diabéticos e hipoglicêmicos vêm enfrentando o problema. Somente entre a segunda-feira, 2, e quarta-feira, 4, as fitas chegaram às unidades de saúde do município.
Especialistas explicam que cada fita serve para apenas uma medição de glicemia e que a falta de controle pode acarretar em complicações na visão, circulação, rins e coração. Por conta disso, a medição é imprescindível para que o usuário tome a dose adequada. Sem a fita, alguns pacientes estariam tomando insulina de acordo com os sintomas, o que gera riscos à saúde.
Segundo a secretária de Saúde de Avaré, Vanda Nassif, a falta das fitas de glicemia foi gerada por um atraso por parte do fornecedor. “A empresa vencedora da licitação fez a entrega na segunda-feira (2) e hoje (quarta) também. Os pacientes inscritos no Programa do Insulino Dependente já podem comparecer às unidades e retirar o material”, disse.
Questionada sobre o atraso do pedido de compras do material, a secretária afirmou que existe um trâmite a ser seguido para a aquisição. “Existe todo um trâmite. Nós fizemos uma cotação no dia 19 de janeiro. No mesmo dia a cotação passou pela Secretaria de Governo, pela Fazenda, Contabilidade e chegou à Licitação no dia 23 de janeiro. Após isso é aberto todo um procedimento para que o processo seja realizado”.
Vanda também foi questionada se a Secretaria tem um controle de compras e se o órgão tem um controle de estoque. “Nós fazemos o pedido para o ano. Ocorre que neste ano o orçamento foi liberado no dia 19 de janeiro, quando a gente fez a cotação e encaminhados o pedido de compras”, ressalta.
Ela explicou que para 2015 foram adquiridas mais de um milhão e duzentas fitas de glicemia. Deste número, cerca de 98 mil ficam disponíveis no Centro de Saúde. Outras 4 mil vão para as 12 unidades de saúde dos bairros, mil para o Pronto Socorro e cerca de 1200 para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), além de outras que são utilizadas em eventos como o Avaré Viva, entre outros. Teoricamente, o material tem que durar o ano todo.
Ainda segundo Vanda, a Secretaria também controla o número de pessoas inscritas no programa, que varia de acordo com a adesão e falecimento de usuários. “Temos uma média das pessoas e temos esse controle para saber se há necessidade de adquirir ou não mais fitas para medição da glicemia”, aponta.
OBRIGAÇÃO DO ESTADO – A Secretaria de Saúde informou ainda que desde novembro de 2014 o Governo Estadual não está enviando as insulinas para a cidade e que a Prefeitura estaria “arcando” com o ônus. Informações obtidas pela Comarca dão conta que a Secretaria Estadual da Saúde envia o medicamento para o município e não o dinheiro, ao contrário do que muitas pessoas imaginavam.
INFORMATIZAÇÃO – A secretária informou que duas unidades de saúde, uma do Jardim Paraíso e outra do Jardim Paineiras, já teriam sido informatizadas.
Ela acredita que até o final de 2015 todas as unidades estarão com o sistema, o que permitirá um controle da entrada e saída tanto de fitas de glicemia quanto de medicamentos.