Atrasos em repasses prejudicaram funcionários de entidade assistencial, afirma Denilson Ziroldo
Da Redação
A demora no repasse de verbas de convênio municipal ao Núcleo de Orientação e Capacitação à Infância e Juventude de Avaré (Nocaija) prejudicou funcionários da entidade, que ficaram com os salários de janeiro e fevereiro em atraso.
O assunto foi tema de um requerimento apresentado pelo presidente da Câmara, Denilson Ziroldo (PSC), no dia 23, pedindo explicações ao prefeito Poio Novaes sobre a situação.
De acordo com Ziroldo, funcionários o procuraram, alegando que enfrentavam dificuldades para “cumprir com suas obrigações básicas, como pagamento de água, luz e aquisição de mantimentos”.
“Nós estamos em março, estamos no dia 23 de março, e até agora não tiveram pagamento. São pessoas pobres que trabalham lá, pessoas que não ganham muito. Não dá pra se esperar 2 ou 3 meses pra receber”.
Ele fez um apelo: “Então por favor, essas pessoas precisam comer, essas pessoas precisam pagar suas contas de água luz, essas pessoas tem farmácia pra pagar, essas pessoas, as vezes, tem até um filho que precisa de um outra roupa. Eles vivem desse salário. Eles não tem outra coisa, não tem nem cesta básica. Que o prefeito, pelo menos, faça o pagamento deles em dia”.
Curiosamente, no dia seguinte à fala do vereador, a Prefeitura repassou os valores referentes aos repasses de janeiro. O convênio foi assinado entre a entidade e a Prefeitura no dia 10 de março, e a situação de atraso perdurou até o dia 23.
DIFICULDADES – A Comarca procurou o Nocaija nesta semana, e confirmou, junto aos funcionários da entidade, Mariana Domingues (psicóloga) e Wagner Estevam Soares (educador social), as dificuldades enfrentadas por causa dos atrasos nos repasses referentes a janeiro e fevereiro.
“O que nos informaram foi que até o dia 31 deste mês será pago o de fevereiro, e a partir do dia 5 de abril os repasses serão normalizados”, comentou Mariana.
Ambos também afirmaram que em 2014 a situação foi a mesma, e a verba só passou a ser destinada a partir de março. Os funcionários também disseram que o dinheiro do convênio é utilizado para arcar com diversos custos, inclusive com o pagamento dos funcionários. “Felizmente todo mundo continuou trabalhando, mesmo sem receber, mas é uma situação complicada, pois são pessoas que têm família, tem suas contas para pagar”, comentou Wagner.
Os funcionários também afirmaram que, mesmo com o atraso, nenhum trabalho desenvolvido pela entidade foi prejudicado. “Graças a Deus conseguimos manter o fornecimento de diversos itens, como a alimentação. Agora vamos pagar nossos fornecedores”, comentou a psicóloga.
A entidade desenvolve trabalhos educacionais com 150 crianças e adolescentes, que encontram no espaço aulas de reforço, informática, artesanato, atividades culturais, recreação esportiva, além de oferecer alimentação. O Nocaija funciona atualmente em um espaço locado, no Clube do Armandinho.
OUTRO LADO – De acordo com a Prefeitura, nos meses de janeiro e fevereiro deste ano ainda vigorava o convênio de 2014. “Os convênios com as entidades são firmados pelo prazo de 12 meses, e não de janeiro a dezembro”, destacou o secretário de Comunicação, Lucas Mota.