AcontecendoBiografia de Genez Parize marca o centenário do querido juiz de paz

A Comarca13 de agosto de 20185 min

Biografia de Genez Parize marca o centenário do querido juiz de paz

Livro é de autoria do jornalista Flávio Mantovani

DA REDAÇÃO

Figura simpática, bem disposta e muito querida em Avaré, o juiz de paz e alfaiate aposentado Antônio Genez Parize completou 100 anos de idade na última sexta-feira, 3 de agosto. O centenário celebrou a data com missa de ação de graças, no Santuário de Nossa Senhora das Dores, igreja que ajudou a decorar, bem como com almoço de confraternização, no último sábado, que reuniu parentes e amigos no Villa Verde Hotel.

No fim do evento, houve o lançamento do livro “Antônio Genez Parize – vida e obra de um centenário”, obra escrita pelo jornalista Flávio Mantovani, que já fez parte da redação de A Comarca e hoje edita o site cultural “Fora de Pauta”. Impressa pela Editora Gril, a biografia foi oferecida pela família Parize aos presentes como recordação da data.

“Dono de uma mobilidade incomum para a idade, Genez ainda dirige o seu Volkswagen Santana pela cidade e costuma pescar pelo menos duas vezes ao mês. Quando não tem companhia para percorrer as águas da Represa Jurumirim com seu barco, ele visita os pesqueiros da cidade”, revelou Mantovani no livro. “O católico fervoroso continua indo à missa quase todo dia. ‘Pra receber a eucaristia. O cristão tem que fazer isso. Não pode se esquecer de Deus, porque Deus não se esquece da gente1, comenta, demonstrando que a religiosidade permanece viva em seu interior”, anotou o biógrafo.

Nascido em Tietê no dia 3 de agosto de 1918, Genez se mudou com a família para Avaré em 1936. Antes, quando morava em Ipaussu, tomou parte da Revolução de 1932, não como combatente, mas como sacristão, pois ajudava o padre na bênção das tropas. Por conta disso recebeu, no mês passado, a Medalha Constitucionalista. Na cidade, o centenário trabalhou como alfaiate, jornaleiro e foi juiz de paz durante 40 anos, tendo feito milhares de casamentos. Viúvo da pianista Diva Cortez, ele tem dois filhos: Maria Diva e Marco Antônio, que lhe deram netos e bisnetos, dos quais muitos norte-americanos, pois o filho reside nos Estados Unidos desde 1971.

No novo livro de Flávio Mantovani, que não está à venda, Parize resume sua existência centenária numa frase: “A vida é um manso lago azul. Horas alegres cantando, horas tristes chorando”. No último sábado, em sua festa, ele subiu ao palco e interpretou com voz clara e forte, aos 100 anos, uma versão portuguesa da canção “My Way”, célebre na voz de Franck Sinatra. Arrancou aplausos emocionados dos presentes.