Ciclistas avareenses percorrem Caminho de Santiago de Compostela
Da Redação
Os ciclistas avareenses Mauricio Mendes, Kinho Clivatti e Fernando Borges participaram recentemente de uma pedalada que envolveu fé, desafio, aventura e turismo: foram dez dias no famoso Caminho de Santiago de Compostela, que começa em Saint Jean Pied de Port, na França, e vai até a cidade de Santiago de Compostela, na Espanha.
Durante o trajeto, eles cruzaram o norte da Espanha passando por paisagens estonteantes e povoados medievais, colocando o corpo à prova em uma pedalada de 830 quilômetros que descrevem como “mística, mágica, maravilhosa e muito espiritual”.
Cidades inteiras cresceram às margens da rota, com castelos e mosteiros que hoje fazem a alegria dos peregrinos. Mas as atrações vão além dos povoados medievais. “As principais regiões vinícolas da Espanha estão ali. Quem disse que a pedalada não combina com vinho e gastronomia? Além disso, as paisagens são de tirar o fôlego. Os amantes da natureza celebram as montanhas, os vales e os bosques. A história vai pelas cidades muradas, as igrejas românicas e góticas e as pontes medievais em um cenário maravilhoso. Mas, por tudo que uma longa pedalada requer do corpo e da mente, pedalar no Caminho de Santiago ultrapassa os atrativos turísticos e renova o espírito”, relata Mauricio Mendes em entrevista à Comarca. “O percurso exige do ciclista o conhecimento de seus próprios limites, persistência, disciplina e companheirismo”, continua o atleta.
O Caminho de Santiago de Compostela também propiciou aos avareenses o contato com peregrinos e “bicigrinos” (os que percorrem de bike) de todas as classes sociais, com crenças e nacionalidades diversas. “Foi uma das boas surpresas que a viagem nos reservou. Cada um tinha algo para nos dizer ou perguntar. Era uma troca de conhecimentos e visões de mundo muito rica e nos deixava muito contentes quando éramos identificados como brasileiros, por levamos a bandeira do Brasil por toda a pedalada. Um local muito marcante foi a aldeia El Cebreiro, que abriga o santuário de Santa Maria, onde está o cálice que chegou a ser identificado como o Santo Graal, na entrada da Galícia. Saímos com 29 graus ao pé da montanha ao meio já estava com 10 graus. Quando chegamos a 1390 de altitude, estava zero grau. Chegamos a cidade Triacastela, onde fomos muito bem acolhidos, pois o povo desse local já tem conhecimento de todo sofrimento que os peregrinos passam até chegar lá”, conta Maurício Mendes.
Já no coração de Santiago, os avareenses encontram a catedral erguida sobre o solo onde, no século 9, foi encontrada a tumba que seria de um dos 12 apóstolos de Cristo, São Tiago.
“Na cidade de Santiago de Compostela, o cansaço é nítido, mas a satisfação é visível. Todos os peregrinos estão com a sensação de dever cumprido de que podem ser cada vez melhores, pois Deus nos dá esse dom. Basta que o aceitemos”, finaliza o ciclista.
Confira fotos da viagem
