Crianças teriam ingerido veneno de rato dentro de creche de Avaré
Da Redação
Crianças do Centro de Educação Infantil (CEI) José Maria Porto, de Avaré foram parar no Pronto Socorro na última quinta-feira, 3 de setembro, por suspeita de terem ingerido raticida.
De acordo com informações da própria creche, o incidente foi identificado no final da aula, por volta das 16:55, quando uma aluna de quatro anos pediu para ir beber água e, ao voltar a professora identificou o raticida em sua mão.
Ao ser indagada, a menina disse que teria ingerido o veneno, que tem aparência semelhante a pequenas balas rosadas. Na sala da menina, onde estudam outras 14 crianças, foram identificadas mais 3 que poderiam ter ingerido a substância.
Ainda segundo a creche, a garota que estava com o veneno e os outros três colegas passaram por lavagem estomacal. Outras sete crianças foram levadas ao PS e ficaram apenas em observação.
De acordo com a creche, das 15 crianças da sala, apenas 4 não ficaram em observação, pois já tinham sido levadas para casa pelos pais. “Como já estava no horário da saída quando identificamos a situação, essas quatro crianças já tinham sido entregues aos pais. Porém nós entramos em contato com eles, expusemos a situação e recomendamos que levassem os filhos para ficar em observação”, destacou Celina Nasr, que é coordenadora pedagógica do CEI.
Apesar do susto, nenhuma criança apresentou sintoma de envenenamento e, segundo a coordenadora, a maioria foi à creche normalmente na sexta-feira, 4.
Pais de alunos que frequentam a unidade elogiaram a ação da direção, que mesmo sem ter certeza da ingestão do veneno tomou providências rápidas, o que pode ter evitado uma tragédia.
SEM EXPLICAÇÃO – A garota que estava com o raticida não soube explicar como conseguiu a substância. De acordo com a creche, a menina apresentou quatro versões dos fatos. “Primeiro ela disse que trouxe de casa. Em seguida ela falou que o pacote estava próximo ao banheiro. Em outro momento ela afirmou que encontrou o pacote de veneno perto de uma árvore, no final, disse que um homem passou o pacote para ela através do gradil da escola”, comenta Celina.
A coordenadora destacou que, depois de falar que recebeu o veneno de um homem pela grade, a menina não apresentou mais nenhuma suposição. “Ela passou a afirmar que recebeu de alguém de fora”.
Também foi explicado que a situação das grades é um ponto de preocupação para toda equipe gestora do CEI José Maria Porto. De acordo com Celina, a direção da unidade já fez inúmeros pedidos à Prefeitura e Secretaria da Educação para que o gradil fosse tapado ou substituído por muro, além de pedidos de instalação de câmeras de monitoramento. No entanto, nenhuma providência nesse sentido foi tomada pela municipalidade.
Em nota, a Prefeitura destacou que “a direção do Centro de Educação Infantil registrou boletim de ocorrência em nome de todos os pais para garantir a proteção e integridade de todos e assim solucionar o mais rápido possível o fato. A creche aguardará a investigação policial a fim de descobrir de onde surgiu esse pacote.
A Educação esclarece ainda que a creche passa por dedetização periódica programada pela Prefeitura. A creche está à disposição de pais das crianças para esclarecer qualquer dúvida acerca do fato”.
OUTRO CASO – Este não é o primeiro caso de substâncias tóxicas dentro de escolas municipais de Avaré. Em maio deste ano, 15 alunos, entre 10 e 12 anos, da Emeb Norma Lília, foram hospitalizados por terem ingerido “chumbinho”, substância cuja venda é proibida no Brasil.
Na época, uma das alunas da escola levou o veneno, e distribuiu entre os colegas durante o recreio. Graças à rapidez da equipe gestora, todos os alunos foram encaminhados ao PS, onde fizeram lavagem estomacal e ficaram em observação.