AcontecendoEm audiência na Câmara, caminhoneiros criticam Prefeitura e cobram providências

A Comarca15 de abril de 201913 min

Da Redação

Com a presença de pelo menos 30 caminhoneiros, teve lugar na Câmara de Avaré na última quarta-feira, 10, uma audiência pública para discutir os problemas causados pela falta de acessos para que caminhões de grande porte possam trafegar pela cidade.

Mediada pelo presidente da Câmara Barreto do Mercado, a audiência contou com a presença dos vereadores Jairinho do Paineiras, Alessandro Rios, Adalgisa Ward, Flávio Zandoná, Cabo Sérgio, Ernesto Albuquerque e Toninho da Lorsa, além do secretário do secretário de Agricultura Ronaldo Vilas Boas – que representou o secretário de Transporte e Sistema Viário, Alexandre Nigro. Representando a Polícia Militar estiveram o capitão Rodrigo, comandante da 1ª Cia da PM, e o subtenente Wilson.

Fazendo uso da palavra, os caminhoneiros criticaram duramente as medidas adotadas pela Prefeitura, no sentido de proibir o trânsito de caminhões pesados sem oferecer alternativas para cruzar a cidade. Além disso, um deles citou a ligação entre a Vila Esperança e o Plimec (Vida Nova – Água Branca), criticou a pavimentação de má qualidade da obra realizada pelo atual governo. “Temos culpa se lá foi feito uma casquinha de asfalto?”, reclamou. Sobrou até para o prefeito Jô Silvestre: “Esse prefeito só sabe trabalhar pra fazer festa, boiódromo…”, criticou.

MULTAS – Muitos estão sendo multados por causa das mudanças aplicadas pela Prefeitura na sinalização viária, o que foi alvo de fortes críticas. Um dos caminhoneiros, mais exaltado, disse que a saída é transferir a documentação dos caminhões para municípios vizinhos. “Vamos mudar pra outra cidade. Iaras, Águas de Santa Bárbara, Cerqueira César que tem anel viário…” Dizendo que em Avaré é grande o risco de cortar um pneu de caminhão por causa da má pavimentação, o motorista disse que a cidade é uma “estância entulhística” e acrescentou que vai “transferir os caminhões para Iaras”, já que lá é melhor tratado.

Barreto fez eco com a manifestação dos caminhoneiros e disse que eles estão “ilhados” por causa das proibições da Prefeitura, que têm afetado diretamente as movimentações dos caminhões. Na mesma linha, Marialva Biazon criticou a Prefeitura, que causou transtornos à categoria dos caminhoneiros. Outra reclamação é que os caminhoneiros não têm condições sequer de chegar às oficinas.

Um dos caminhoneiros chegou a bater boca com Ronaldo, a respeito das alternativas apresentadas pela Prefeitura. Uma das vias mencionadas como opção, segundo um motorista, não tem como receber um caminhão de grande porte, no que foi contestado por Ronaldo, gerando forte discussão. 

DEFESA – Toninho da Lorsa defendeu os caminhoneiros: “Tem que tem que ter respeito aos caminhoneiros. Tudo isso está acontecendo porque fizeram uma besteira, de fazer um asfalto casquinha de ovo, o que é vergonhoso pra nossa cidade, em uma rua estreita”, disse, mencionando a ligação da Vila Esperança. “Estive lá por várias vezes, medi, apresentei aqui, ficou perigoso pra pedestre, ficou perigoso pra motorista normal, e ficou péssimo pro caminhoneiros”, disse.

Mencionando alternativas viárias criticadas pelos vereadores, Toninho disse que “não adianta querer fazer caminho meia-boca, sobre e desce…A gente está questionando do direito de ir e vir…primeiro tem que dar condição, depois (se quiser) multa. O prefeito, que procure a PM, suspenda as multas até segunda ordem. Vamos sentar e resolver”.

Se dirigindo ao secretário Ronaldo, ele pediu que a questão fosse levada ao prefeito: “Exponha a verdade. Aquele asfalto é uma porcaria (ligação da Vila Esperança), aquilo vai afundar, vai ficar ruim. Aquela rua não tem condições de passar caminhão, fui criticado aqui pela base (por ter denunciado). A gente quer rua decente. Manter asfalto com condição é obrigação da Prefeitura. Ele (o prefeito) que conserte com o tempo a besteira que fez”.

PROPOSTA – Marialva Biazon elogiou os caminhoneiros, e disse que a cidade “está indo na contramão”. No final, fez uma sugestão: “é um problema específico a essa casa, minha sugestão é que esse projeto seja elaborado em comum, que nós, os sete vereadores da oposição, façamos uma lei e revoguemos essa lei. É uma lei de iniciativa comum e que ela seja revogada, pois está cerceando o direito de trabalhar. Quem regulamentou foi o prefeito”, disse.

Barreto concordou e anunciou: “Outro projeto, outra audiência pública, só aí aprova outra lei. Faremos isso junto com os caminhoneiros”. Cabo Sérgio acrescentou: “Não tem base pra agüentar peso (referindo-se à ligação da Vila Esperança). Obra eleitoreira, feita às pressas”, no que houve concordância de um caminhoneiro: “O negócio foi bem mal feito mesmo”. Outro referiu-se diretamente ao secretário de Transportes: “Alexandre Nigro, pede pra sair”.

OUTRO LADO

Secretário de Agricultura diz que mudanças já começaram

Da Redação

Após a polêmica audiência pública, onde sobraram críticas ao prefeito e à decisão de multar caminhoneiros que trafegassem pela cidade, sem oferecer rotas alternativas, o secretário de Agricultura Ronaldo Vilas Boas assumiu o compromisso de rever as placas que proibiam o tráfego de caminhões pela cidade.

Por telefone, Ronaldo disse que Avaré tem leis que impedem o trânsito de caminhões de grande porte no centro da cidade. “Tem a questão do peso-limite, então é uma sinalização nova”. Ele acrescenta que já foram alteradas as placas. “Já nos reunimos com o prefeito, com a Secretaria de Transportes, para rever essa questão das placas”.

Ele disse que “caminhão pesado vai ter que seguir uma rota obrigatória, que vai ser sinalizada”. Segundo ele, “já tem uma nova proposta de melhoria nessa lei do tráfego de caminhões” e que está aberta uma proposta de reunião entre os caminhoneiros e prefeito para “definir as mudanças na legislação”.Ele disse ainda que a Prefeitura recebe cerca de “reclamações de cerca de 100 moradores por causa do tráfego de caminhões” e que a intenção do município é “ajustar esse trânsito”. “Vamos achar uma solução, a cidade está crescendo e por isso vamos ter que adequar essa demanda”. Ele acrescenta que a queda de uma ponte em Itapetininga influenciou na quantidade de caminhões. “De repente um grande número de caminhões passou a desviar por Avaré”, reclama.