AcontecendoEm carta, servidor denuncia suposto assédio moral na Guarda Municipal

A Comarca16 de março de 20147 min

Em carta, servidor denuncia suposto assédio moral na Guarda Municipal

Documento foi apresentado na sessão legislativa de segunda-feira; chefe nega acusações

Da Redação

Por meio de uma carta apresentada na sessão legislativa de segunda-feira, 10, o guarda municipal Márcio Roque Ferreira da Silva afirma que vem sofrendo suposto assédio moral por parte de José Carlos de Oliveira, responsável pela Guarda Municipal (GM).

O documento endereçado à presidente da Câmara, Bruna Silvestre, também foi enviado ao prefeito Paulo “Poio” Novaes Filho e à secretária de Administração Deira Villen.

De acordo com Silva, que ingressou na GM em novembro de 2013, Carlos teria chamado de “loucos” ele e outros colegas por conta de uma matéria fixada por um servidor no mural da base. O material, que abordava as condições de trabalho de guardas civis e o acesso a itens como coletes à prova de bala, algemas e cassetete em outras partes do país, tinha o intuito meramente informativo segundo ele.

Segundo o denunciante, Carlos teria “desprezado” a atitude, afirmando que os servidores pretendem “sair prendendo pessoas e que ninguém passaria no psicólogo”.

“A pessoa reivindica melhores condições de trabalho é louca?”, questiona Silva.

Outro ponto da carta afirma que Carlos diz com frequência a outros trabalhadores que a esposa do denunciante, responsável pelo Centro de Saúde, conhecido como o Postão da Rua Acre, teria lhe telefonado solicitando a disponibilização do marido para atuar integralmente na unidade.

“Isso não ocorreu de forma nenhuma. Porém, o mesmo não para de inventar calúnias”, diz o guarda.

Silva afirma ainda que o superior teria proibido que a viatura da instituição fosse buscá-lo na propriedade rural em que reside, situada a aproximadamente 6 quilômetros. Segundo o guarda municipal, a prática de buscar servidores em casa é comum.

“Ele me disse para eu me virar e que não autorizaria abonada caso eu não fosse”.

Sem locomoção, Silva teria ido trabalhar com um caminhão, mas foi coagido a retirar o mesmo de um estacionamento da Emapa.

Diante do quadro, o servidor então procurou a secretária de Administração Deira Villen. Ela teria orientado o denunciante deveria “abaixar a bola, já que está chegando agora e teria que obedecer ao chefe”.

“Não desobedeci ao meu chefe. Como disse a senhora Deira: manda quem pode, obedece quem tem juízo. Obedecer a esses absurdos que relatei é ter juízo?”, questiona.

Ao final do documento, o servidor disse aguardar providências das autoridades competentes.

“Espero que seja apurada a conduta, a falta de ética e o desrespeito à Guarda Municipal de Avaré”, conclui.

OUTRO LADO

Em nota, a Prefeitura informou que Secretaria da Administração irá abrir uma sindicância administrativa para apurar e esclarecer os fatos.

“O prefeito Poio Novaes repudia e não compactua com qualquer atitude de assédio moral”, informa o documento.

Ainda no comunicado, José Carlos de Oliveira, responsável pela Guarda Municipal (GM), negou a acusação de ter chamado funcionários de “loucos”.  “O servidor tem o direito de reivindicar melhores condições de trabalho”, diz.

Oliveira confirmou, no entanto, que recebeu uma ligação da esposa do denunciante, na qual ela questionava a possibilidade de encaminhá-lo para o Centro de Saúde, Postão da Rua Acre, local em que é a chefe. “Na semana seguinte, o guarda chamado foi, por coincidência, o guarda Márcio, seu esposo”, afirma o responsável pela GM.

Oliveira afirmou também que em um determinado dia autorizou a ida da viatura até o sítio para apanhá-lo. No entanto, após a constatação de barro na viatura, Carlos teria sido cobrado pelo responsável da Frota Municipal para prestar informações.

“O servidor deve comparecer ao local de trabalho por sua conta própria e, em necessitando, poderá requerer vale transporte”, esclarece.

Já o pedido para retirar o caminhão do denunciante do estacionamento da Emapa teria partido do administrador do local, após o veículo “ter permanecido nas imediações por dois dias e duas noites, situação pode ser comprovada por um funcionário do parque”, afirma Oliveira.

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