Em coletiva, novo presidente do Sindicato alega que servidores sofrem assédio moral
Da Redação
De acordo com Leonardo do Espírito Santo, novo presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Avaré, funcionários estariam sendo pressionados e até mesmo sofrendo assédio moral.
A informação foi confirmada por outros membros da nova diretoria como o vice-presidente Álvaro Aparecido Fernandes e o tesoureiro Silson Coimbra durante a primeira entrevista coletiva da nova gestão realizada na quinta-feira, 27.
Os problemas estariam presentes em praticamente todos os setores da Prefeitura. No entanto, os servidores mais prejudicados seriam os que prestam serviço para a Educação, Garagem Municipal e setor de Varrição.
“Sabemos que o assédio não é realizado pelo prefeito Poio Novaes, mas pelas pessoas que estão em volta dele”, frisou Espírito Santo.
O presidente chegou a dizer que quando descobrem que o servidor votou em sua chapa na última eleição, a pressão e o assédio são ainda maiores.
Outros assuntos também foram levantados durante a coletiva, como a falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e uniforme para funcionários da coleta de lixo e Garagem.
PROBLEMAS
O presidente abordou o caso de um funcionário que teria caído de uma altura de aproximadamente 10 metros durante uma manutenção no telhado. Para ele, bastaria uma denúncia ao Ministério Público para que a Garagem Municipal seja lacrada.
Foi exposto ainda o caso de um funcionário da coleta de lixo que foi parado pela Polícia Militar. “A polícia vê um sujeito vestindo roupas surradas, tênis velho, correndo pela rua e vai pensar o que?”, criticou.
A falta de materiais básicos como caneta, grampos, copos descartáveis e até pó de café também foi levantada. De acordo com o Sindicato, a ausência desses materiais teria se intensificando na gestão Poio.
“Falam que a Prefeitura não tem dinheiro. Mas tem para pagar altos salários, inclusive para funcionários fantasmas. Essa é a lei que o Poio prega”, disse Leonardo.
NOVO ESTATUTO
Para os representantes do funcionalismo municipal, o atual estatuto da classe não é claro e objetivo, gerando interpretações dúbias, como no caso do banco de horas.
“A Prefeitura alega que não pode pagar mais de 60 horas extras porque está no estatuto. Mas lá diz que o funcionário não pode trabalhar mais que 60 horas extras”, disse Leonardo.
Por isso, a diretoria propõe um novo estatuto que englobe funcionários efetivos, comissionados e contratados, abrangendo ainda autarquias e fundações ligadas à Prefeitura.
“Os funcionários da Frea estão esquecidos e o pessoal do Samu também enfrenta defasagem salarial. Vamos ver o que podemos fazer para melhorar a situação”, destacou. O novo estatuto também deve proibir que funcionários comissionados concorram ou votem em eleições sindicais.
Ele mencionou o que seria “voto de cabresto”, supostamente praticado na gestão anterior do sindicato: “Os trabalhadores comissionados votavam em quem o prefeito quisesse. Vamos acabar com isso”, frisou o presidente.
IRREGULARIDADES
Ainda segundo o novo presidente, não existe carta sindical e as atas foram formuladas de maneira equivocada. “Seria mais fácil fundar um novo sindicato. Mas esperamos resolver a situação até o final deste ano”.
Ainda sobre a gestão anterior, a diretoria afirmou que o antigo corpo jurídico foi trocado em função dos altos salários pagos mensalmente aos três advogados. Um deles receberia por mês, segundo Leonardo, quase R$ 5 mil. Para colocar a documentação em ordem, o Sindicato está realizando a digitalização dos arquivos, que servirá também como auditoria.
BENEFÍCIOS
Os sindicalistas deixaram claro ainda que pretendem cobrar da Prefeitura mais agilidade na reformulação do Plano de Cargos e Salários. Também deve ser criada a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), órgãos que darão mais amparo aos trabalhadores na visão da nova diretoria.
Outros benefícios como planos de saúde e odontológico, construção de área de lazer e assistência jurídica, além do “Sindcard”, que funcionará como um adiantamento salarial para os servidores, também serão estudados.
A nova diretoria deve ainda colocar um site no ar e editar uma publicação bimestral. Além disso, o Sindicato terá uma coluna no Semanário Oficial. Para aproximar a entidade dos trabalhadores, caixas de sugestão serão colocadas em todos os setores da municipalidade.