AcontecendoEquipe do Caps nega acusações de familiares de pacientes

A Comarca22 de julho de 20149 min

Equipe do Caps nega acusações de familiares de pacientes

Da Redação

Foto Caps 1

Para verificar as denúncias feitas por familiares de ex-pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps II) de Avaré, a reportagem da Comarca fez uma visita ao espaço, que fica na Rua São Paulo, 928.

Responsáveis afirmam que as reclamações surgem de pessoas que supostamente exigiriam um tratamento superior ao que é prestado aos demais pacientes, o que iria contra a ética.

No caso de Ana Maria, a equipe nega que ela tenha sido voluntária, afirmando que assim como o filho, ela também realizava tratamento no local. Segundo os responsáveis pelo Caps, Ana seria uma mãe super protetora e supostamente não aceitava que seu filho sociabilizasse com os demais pacientes.

Segundo a coordenação do órgão, devido à suposta super-proteção, Ana começou a querer trabalhar como voluntária no Caps, mas acabava atrapalhando o desenvolvimento do filho.

A equipe também nega as outras acusações. No caso da garota que teria sido arrastada, a explicação é que ela foi retirada do local por duas funcionárias, sendo que uma pegou a garota pelo braço e outra pelas pernas, já que nenhuma teria força suficiente para carregar a paciente de outra forma.

SURTO – Com relação ao paciente que acabou encaminhado à delegacia, foi comentado que se trataria de um homem “violento”. Responsáveis pelo órgão confirmam que o fato ocorreu na cozinha, mas ele estaria atrapalhando o serviço de uma funcionária, e quando pediram para que ele fosse para outro cômodo, o paciente se revoltou, saiu correndo pelo corredor que dá acesso à sala da coordenadoria e esmurrou a porta até que se quebrasse. O paciente teria ainda agredido duas psicólogas, esmurrando uma e atirando um extintor de incêndio em outra.
A polícia foi chamada por pessoas que ouviram os gritos, mas o paciente fugiu. Ao ser pego por PMs, alegou ter sofrido um surto, e após isso contou uma história diferente a Ana Maria.

Já em relação ao caso descrito por Vera Neide, a equipe diz que se trata de algo mais complexo. A primeira afirmação é que Rafael não foi desligado do Caps, a família é que teria deixado de levar o jovem até o local.

Para a coordenação, apesar de se dizer preocupada com a saúde do rapaz, Vera Neide seria uma mãe relapsa, pois quando Rafael frequentava o Caps era possível notar que muitas vezes não tinha tomado banho ou feito a barba.

SEM CARRO – A equipe do Caps disse ainda que, supostamente, Vera chega a tomar os remédios do filho quando se sente muito estressada. A justificativa de que a mãe não tem condições físicas de levar o rapaz até o espaço seria pertinente, porém o Caps não conta com carro próprio e nem funcionários para realizar esse tipo de tarefa.

Foi dito também que o garoto teria que fazer acompanhamento na Apae de Avaré, que possui uma equipe especializada em cuidar de pessoas com retardo mental. O Caps já teria conseguido vaga em período integral para o rapaz por duas vezes, mas ninguém o estaria levando para pegar o ônibus, nem as faltas teriam sido justificadas.

De acordo com a equipe, o Caps continua marcando consultas para Rafael passar com psiquiatra no Postão da Rua Acre, mas ele falta ao médico. Uma funcionária afirma que nem mesmo as receitas de remédio a família vai buscar.

No caso citado por Vera, que teria sido maltratada, foi explicado que, apesar dela ter afirmado que foi levada às pressas para o Pronto Socorro, o atendimento teria ocorrido às 14 horas. “Rafael ficava aqui até às 11 horas, e ela deu entrada no PS às 14 horas, existe um espaço de tempo bem grande entre os acontecimentos. Além disso, ela não ligou avisando o motivo de não ter vindo, nós é que tivemos que ligar para ela”, comenta.

BOM RELACIONAMENTO – Quanto aos demais casos, a equipe comenta que as reclamações partem de familiares que não querem que o filho se misture com os paciente, mas esperam que os mesmos evoluam para uma condição difícil de ser alcançada com rapidez.

A equipe destaca ainda que algumas famílias não entendem que os avanços são pequenos e acabam não seguindo o tratamento corretamente.

Atualmente o Caps atente 634 pacientes, 323 com transtorno e 311 que fazem tratamento para combater o vício em drogas e álcool. Segundo a coordenação, o relacionamento com a maior parte dos atendidos e suas respectivas famílias é muito bom.

Durante a visita ao local na quarta-feira, 16, a reportagem conversou rapidamente com cerca de 15 pacientes. Todos disseram que aprovam o atendimento e que não têm reclamações, além de destacarem que gostam de frequentar o local.

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