DestaqueGeralImprensa de Avaré lamenta a morte de Carlos Cam

Editor marcou a vida de muitos profissionais de jornalismo que passaram pelo jornal "Diário da Terra" em Avaré e região
A Comarca27 de outubro de 20237 min

Morreu no começo da noite de ontem, 26, aos 70 anos, o jornalista e cronista esportivo Carlos Benedito Duarte de Melo Dantas, o Carlos Cam, que foi proprietário e editor do jornal “Diário da Terra”.

Filho da professora Maria Aires de Melo Dantas e de Carlos Dantas Júnior, Cam nasceu em Avaré no dia 6 de fevereiro de 1953. Antes de ingressar no jornalismo, ele trabalhou no comércio e em 1992 abriu o “Voz da Terra”, jornal semanal que nos anos seguintes passou a circular diariamente.

Pelas redes sociais muitos colegas expressaram sua tristeza pela morte do jornalista. “Descanse em paz meu grande amigo e grande profissional de imprensa, Carlos Cam. Eterno patrão e mestre, Deus o receba de braços abertos”, desejou o repórter Fernando Santos, ex-funcionário do “Diário da Terra” e hoje, editor assistente do jornal “A Comarca”.

“Cam foi meu primeiro patrão. Na época, ele deu chance a uma jovem estudante de jornalismo. Trabalhei por mais de 2 anos no Diário da Terra e vou ser eternamente grata a ele pela oportunidade. Com o tempo perdemos o contato. Cam se afastou da imprensa e vivia recluso. Seguimos caminhos diferentes. Mas deixo aqui a minha gratidão a ele. Descanse em paz!”, escreveu a jornalista Ana Sampaio.

“Personalidade alegre, também polêmica, Dito Cam marcou a história da imprensa avareense na mudança do milênio ao manter uma postura crítica e até irreverente. É lembrado por ter aberto as portas do seu jornal para muitos que se profissionalizaram e hoje prosseguem atuando na mídia”, afirmou o jornalista e pesquisador Gesiel Júnior, que colaborava com o “Diário da Terra”.

“Carlos Cam foi embora. Meu amigo palmeirense de longa data, desde quando ele vestia a camisa do Resto do Mundo, envolvia-se de corpo e alma com o São Paulo, mantinha laços com toda a turma da Associação Atlética e estendia seus tentáculos acolhedores às causas esportivas desta Avaré que ele amava incondicionalmente. Polêmico? Com certeza! Mas a polêmica é o nutriente que mantem vivo o jornalismo; tinha uma escrita que fazia de ironia a sustentação de seus argumentos, sempre assentados em dados, em recortes; colecionava depoimentos em suas anárquicas pastas e, quando necessário, sob determinadas situações, sabia fazer uso deles. Não era de boa recomendação confrontar o velho jornalista (tigre de dentes afiados) mas, sim, do bom aconselhamento com ele dialogar, que sua capacidade de entender o outro era marcante. Dito Cam, como os mais antigos o chamavam, sabia redimensionar um fato jornalístico, uma vez convencido dessa necessidade. Essa perspectiva é um dos apanágios de nossa prática, hoje, lamentavelmente, não praticado. Com o amigo compartilhei mesas na redação do “O Avaré”; depois, constantes contatos, então no Jornal A Voz do Vale, dando trânsito a muitas de suas elogiáveis contribuições, a maioria delas voltada à defesa amorosa e responsável de todo o entorno do Vale do Paranapanema, particularmente do território do balneário Costa Azul onde o velho e bom combatente resolvera tomar assento. Carlos Cam transitou pelo jornalismo regional, fincando marcos em Itai, Itapeva e vários outros locais que bebem no mesmo Paranapanema; defensor intransigente de causas ambientais; olhar cuidadoso àqueles aos quais o poder público se ausenta. O amigo se foi, após demonstrar nos últimos tempos uma invejável resiliência no enfrentamento de perdas tão dolorosas para ele… Perde o jornalismo, uma vez que, (equidistante), nunca deixou de dar os seus pitacos nos momentos que pediam por eles”, escreveu o também jornalista e cronista José Carlos dos Santos Peres.

O corpo do jornalista está sendo velado no Velório Municipal de Avaré e o seu sepultamento, no Cemitério Municipal, está marcado para as 14 horas. Viúvo, Cam deixa as filhas Maria Cláudia, Priscilla Etelma, Danielle Thatiene, genros, netos e sobrinhos.

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