Internautas denunciam festa com distribuição de bebidas a menores
Evento realizado na Associação dos Servidores Públicos Municipais de Avaré supostamente teve cobrança de ingressos, o que contraria a cessão do uso do espaço
Da Redação
Uma festa realizada na sexta-feira, 25, no prédio em que funciona a Associação dos Servidores Públicos Municipais de Avaré, localizada na Rua Dom Bosco, no Bairro Três Marias, foi alvo de denúncias de internautas em uma rede social. A acusação: distribuição de bebidas a menores.
De acordo com o apurado pela Comarca, o evento foi promovido por uma servidora do município. Ela se responsabilizou pelo aluguel do salão de festas da entidade para a realização do aniversário da filha, de 15 anos.
Até aí nada irregular, mas ocorre que, supostamente, houve cobrança de ingressos para entrada no local – tornando o evento uma “balada”, o que contraria as normas de aluguel do espaço. Além disso, o prédio não possui alvará para esse tipo de eventos – somente para festas familiares, sem cobrança de entrada.
Segundo o jornal apurou, o espaço foi utilizado para uma “balada funk”, com pulseirinhas (ingressos) vendidas a R$ 10. O evento contou com a presença de aproximadamente 300 pessoas, entre elas muitos seriam menores de idade.
Segundo informações não confirmadas, no local funcionou o sistema “open bar”, com distribuição de cerveja e de vodka com sabor. Na rede social é possível constatar o interesse de jovens pela festa, além do contato para a compra das pulseirinhas e a observação “Não vai ser permitido maconha, cigarro e nem outro tipo de droga dentro do salão”.
Há a suspeita de que houve distribuição de bebidas a menores. Realizado entre 20 horas e 1 hora da manhã do dia 26, o evento também incomodou vizinhos da Associação devido ao alto volume da música e também pelo conteúdo das canções, com expressões sexualmente explícitas.
Apesar de nas redes sociais os convites para a festa frisarem que o evento “não teria hora para acabar”, vizinhos acionaram a Polícia Militar, que compareceu ao local por volta da 1 hora da manhã, pondo fim à festa.
IRREGULARIDADES – A Comarca entrou em contato com o presidente da Associação dos Servidores de Avaré, José Bento Corrêa, que afirmou que a festa ocorreu de maneira irregular, já que a locatária alegou que utilizaria o espaço para a festa de 15 anos da filha.
Bento alegou que o contrato de locação não permite que bailes, baladas ou festas com cobrança de entrada sejam realizados no local. No primeiro parágrafo, por exemplo, uma cláusula aponta que o salão foi locado para “a realização exclusiva para aniversário, não sendo permitido o uso deste para outra finalidade”.
Outro ponto destacado pelo presidente é a ilegalidade da cobrança de entrada no local. “Nosso contrato é muito claro. Não é possível cobrar ingressos, pulseirinhas, nem coisas do tipo. Quando a locatária assinou o contrato estava ciente de que não poderia efetuar qualquer tipo de cobrança”, explica.
José Bento explica ainda que, devido ao incidente do último final de semana, a Associação não deve mais locar o salão para novos eventos e vai apenas cumprir os contratos já firmados.
O presidente da entidade comentou ainda que se alguns locatários continuarem agindo de má fé, alugando o espaço para uma destinação e realizando outro tipo de evento, o salão para a realização de eventos deve ser fechado e uma academia será montada no local.
OUTRO LADO – A Comarca entrou em contato com a funcionária da Prefeitura que locou o salão. A servidora, que não quis divulgar o nome, frisou que o evento foi realizado para comemorar dois aniversários, o seu e o de sua filha.
A organizadora afirmou que a festa contou com a presença de muitos convidados, mas como não houve controle de entrada. Segundo ela, aproximadamente 300 pessoas participaram do evento, muitas delas desconhecidas.
Contrariando postagens na rede social, inclusive de anúncio do evento, a entrada na festa, segundo ela, foi totalmente gratuita, assim como a distribuição de bebidas, e que ela e a filha teriam arcado com todos os gastos.
Indagada sobre a possível utilização de bebidas alcoólicas por menores de idade, a servidora afirmou que ela mesma ficou no bar e que só entregava a bebida para maiores. No entanto, ela apontou que se pessoas com mais de 18 anos estariam entregando bebidas aos menores, ela não teria como saber.