Na sexta-feira, em sua edição nº 1.336, o jornal A Comarca publicou a história de Alex Teixeira Costa, que havia postado um vídeo no Facebook, reclamando que havia sido mal atendido no Pronto Socorro de Avaré.
Relatava ele que havia se dirigido a unidade de saúde no domingo, dia 19, onde precisou ficar internado. “Cheguei no Pronto Socorro por volta de umas 14h no domingo, com muita falta de ar, eu já estava em tratamento de uma pneumonia, aí fizeram tomografia. O Raio-X constatou que estou com água no pulmão e uma mancha, uma situação bem delicada. Fui internado na sala de urgência, um atendimento excelente, os profissionais muito dedicados. Fiquei internado até hoje cedo (segunda-feira), depois foi transferido para a sala de observação. Lá que começou o terror”, disse na ocasião.
Alex relatou haver um descaso por parte da equipe que estava trabalhando no Pronto Socorro na segunda-feira. “Fui internado no domingo, eu fui pegar uma água depois do almoço, eu tive que pedir água porque eles nem oferecem. Voltando um pouco, o café da manhã é servido às 10h da manhã, acho que eles deixam os pobres para servir por último, o almoço foi serviço umas 13h30 e a janta foi servida quase 18h, um horário legal. O atendimento deles péssimos, duas enfermeiras que para mim não fazem nada. Não amam o que fazem, tem que dar a vaga para pessoas novas, que amam o que fazem. O médico não me atendeu em nenhum momento, minha situação é delicada, a gente corre risco lá. Foi feito exame de Covid em mim, não deu nada. E eu aguardando o resultado da mancha no pulmão e nada, então é perigoso ficar lá nessa situação”, relatou.
Alex contou que enquanto aguardava, saiu para fazer uma rápida gravação para enviar para seus filhos, “que estavam com saudades”, disse, e que nesse momento o segurança (disciplina), teria agido de forma brusca com ele. “Já veio gritando comigo, expliquei a situação na boa sobre meus filhos e ele gritando que não podia e minutos antes disso aí, um aniversário de uma funcionária lá dentro, estouraram balão, cantaram parabéns, aquela gritaria, e o cara quase faltou bater em mim. Vieram todos os disciplinas lá para cima de mim, entraram na sala, totalmente ignorantes. Eu falei para eles a realidade, viu vocês tem que tratar nós pacientes com total respeito porque quem paga seus salários somos nós. Ele falou que não, que quem paga os salários deles é o prefeito. De certo que o prefeito produz alguma coisa, quem produz somos nós trabalhadores. Por isso que Avaré não vai para frente, é um descaso aquele Pronto Socorro. Eu nem sei o que vou fazer agora, eu pedi alta, saí de lá. Eu estou com problema ainda, vou ver se consigo arrumar um médico particular. Se eu não pegar a tomografia lá, o Raio-X, eu não sei o que vou fazer. O disciplina me ameaçou dizendo que eu não serei paciente por muito tempo. E todos os disciplinas lá, enfermeiras, foram ignorantes. Trataram eu com descaso”, finalizou.
NOVA INTERNAÇÃO – Alex voltou a ser internado e chegou a fazer uma postagem, desta vez de agradecimento. “Estou na Santa Casa, fui muito bem recebido pela equipe. Agradecer mais uma vez a Lucimara do Pronto Socorro, falou comigo, muito dedicada. Aguardar doutor Valmir passar aqui com os exames para ver a situação, Deus abençoe a todos”, disse.
Posteriormente, Alex precisou ser transferido para o Hospital da Unesp de Botucatu, onde chegou a passar por uma cirurgia no sábado. O irmão de Alex postou um agradecimento às pessoas que possibilitaram a transferência do irmão. “Sou Lucas, irmão do Alex Teixeira Costa. Venho agradecer a todos que se empenharam no caso dele direta e indiretamente orando pela sua vida. Agradeço primeiramente a Deus, ao prefeito Jô Silvestre, vice Bruna Silvestre secretário da saúde, ao Miguel Chibani, Ao Rodivaldo Ripoli e ao Léo Ripol, aos médicos e funcionários da Santa Casa que atenderam muito bem meu irmão. Com a ajuda de vocês, ele conseguiu ser transferido para a Unesp. Peço que continuem orando pela vida dele, pois sabemos que tudo ficará bem”, escreveu.
FALECIMENTO – Na madrugada de sábado para domingo, Alex veio a óbito aos 32 anos, deixando esposa e três filhos. A reportagem não teve acesso a nenhum documento que possa revelar as causas de sua morte.
No mesmo dia em que Alex havia postado o vídeo, a Secretaria Municipal da Saúde de Avaré informou em nota que o atendimento prestado a ele durante sua permanência nas dependências do Pronto Socorro Municipal ocorreu dentro da rotina médica e administrativa que o caso necessitava.
“O paciente deu entrada no Pronto Socorro último domingo, 19, apresentando falta de ar e foi encaminhado para a sala de urgência respiratória, sendo submetido a exames de raio-X e tomografia. Em seguida, foi coletado material para o teste rápido para Covid-19 cujo resultado deu negativo. Diante das imagens captadas pela tomografia, a equipe médica do PSM optou por transferir o paciente da sala de urgência respiratória e encaminhá-lo para o setor de observação até que o laudo dos exames de imagem fosse finalizado e o caso seguisse o curso de rotina: alta médica com posterior avaliação ambulatorial ou internação na Santa Casa de Avaré para outros procedimentos.
Ressalte-se, contudo, que o paciente teve alta a pedido, ou seja, ele saiu do PS porque quis e não aguardou o laudo médico e a decisão sobre o prosseguimento do tratamento”, dizia a nota.