Há alguns meses um grupo de mulheres avareenses iniciou uma jornada, em que descobriram a força que elas têm enquanto mulheres unidas e foi então criado o Coletivo “Maria Ninguém – Mulheres Criativas.
“Buscávamos um espaço onde pudéssemos falar e sermos ouvidas e descobrimos esse espaço em nós mesmas, umas nas outras. Percebemos a potência dessa união e agora buscamos ampliar esse espaço para todos os âmbitos da sociedade, em especial na área da Cultura”, destaca Silvia Beltrami, integrante do grupos musicais Regional Jangada e Cordão Pixinguinha.
Como forma de traduzir um pouco da existência do Coletivo, o grupo escreveu um manifesto a muitas mãos após muitos encontros e com muita perseverança. “Estamos em constante construção, entendendo nossas próprias demandas, limitações e expectativas. Sem alto lá, chegamos para ficar”, completou Silvia.
Recentemente o grupo entregou o manifesto e suas propostas para os candidatos a prefeito de Avaré Marcelo Ortega (A mudança está em nossas mãos – Pode/União), Roberto Araujo (Juntos por Avaré – PL/PRD), Silvano Porto (Federação Brasil da Esperança – PT/PC do B/PV), Denilson Ziroldo (Pra Cuidar de Avaré – PSD/MDB/PP) e Elisandra do Joselyr (Avaré retornando ao desenvolvimento – PSB/Solidariedade).
MANIFESTO – Confira o manifesto na íntegra: “Somos Marias, pois somos todas. Não somos ninguém, mas somos muitas. Uma Maria pode não ser ouvida, mas todas, juntas, somos potência. Criamos um espaço seguro de acolhimento e escuta empática proporcionando conexões e trocas que nos permitem protagonizar e fortalecer nossas escolhas. Somos um coletivo de mulheres avareenses atentas e comprometidas na questão da cultura local pelo viés feminino.
Partindo do princípio de que não há dicotomia entre Educação e Cultura e de que a mesma é elemento fundamental para a construção de uma sociedade sadia, fomos tomadas por uma indignação em decorrência da negligência da sociedade em relação à Cultura local, especialmente ao descaso com as mulheres.
Avaré se destaca pela indústria da cultura empobrecida na medida em que o poder público não oferece à população atividades que fortaleçam os fazeres culturais como meio de expressão, economia, identidade e valores. Abrimos caminhos tomando o lugar que nos é
devido. Buscamos autonomia e autogestão para acolhermos umas às outras em suas demandas e escolhas. Cultivamos autoamor, autocuidado, autoestima, autoconhecimento, autorrespeito, sem espaço para alto lá! Chegamos para ficar! Mulheres criativas, juntem-se a nós!”.