A terceira fase da operação que investiga fraude milionária na venda de grãos por grupo de empresários do agronegócio cumpriu mandados de busca e apreensão em Itapetininga (SP), na terça-feira (20). Os policiais aprenderam R$ 200 mil reais em dinheiro nos endereços investigados. Também foram apreendidos cheques, documentos, computadores e passaportes.
Segundo a polícia, desde a primeira fase da operação o número de vítimas aumentou de 25 para 40. um prejuízo que já chegou a 100 milhões de reais. Estas empresas, segundo a polícia, seriam responsáveis pela movimentação e dissimulação de valores vindos da fraude realizada pelos empresários do agronegócio.
A ação resultou no cumprimento de 10 mandados de busca e apreensão domiciliar em cinco residências e cinco empresas. Durante as inspeções, foram apreendidos dispositivos eletrônicos, passaportes, documentos e quantidades em dinheiro.
O promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Claudio Bonadia, explicou que o trabalho é realizado em conjunto com a Polícia Civil. “Foi corrido essa mesma investigação, foram ouvidas diversas pessoas. Estamos colhendo todos esses elementos pra chegar numa conclusão e ver se outras medidas serão solicitadas do Judiciário”.
Após investigações de delitos de uma organização criminosa como lavagem de dinheiro, entre outros crimes contra a ordem econômica, a polícia localizou um núcleo financeiro do grupo de empresários, que consiste em quatro empresas ligadas à securitização e ao comércio de cereais.
O delegado assistente da Seccional de Itapetininga, Franco Augusto Costa Ferreira, disse que o valor do prejuízo causado deve aumentar. “Nós sabemos que existe inclusive instituições financeiras lesadas, não só pessoas físicas. A medida que as investigações avançam as vítimas vão surgido e os valores vão aumentando”.
As diligências contaram com a participação de 56 policiais civis da Seccional e Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Itapetininga, da Seccional de Itapeva, Seccional de Avaré, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) e Grupo de Operações Especiais (GOE) de Sorocaba e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público (MP).
EMPRESÁRIO PRESO – Um empresário foi preso no dia 12 de julho por suspeita de participar de um esquema de fraudes em venda de grãos na cidade. Ele é um dos três homens que, em dezembro de 2023, foram alvos de uma operação da Polícia Civil que apreendeu fuzil e armas de uso restrito.
De acordo com a Polícia Civil, o empresário estaria tentando obstruir o inquérito, procurando as vítimas com a promessa de pagar o que devia para que elas alterassem os depoimentos. Na casa dele, a polícia encontrou duas armas.
PREJUÍZO MILIONÁRIO – Segundo a Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o grupo é suspeito de causar prejuízo de quase R$ 500 milhões com a apropriação de toneladas de grãos de produtores da região e favorecimento de credores após recuperação judicial, prática considerada crime pelo artigo 173 da Lei de Falências.
Conforme apurado, as investigações começaram ainda em 2023, após denúncias de cooperativas, empresas e produtores alegando prejuízos do grupo, que estaria comprando grãos acima do normal. Esses grãos eram repassados para terceiros por preços bem abaixo do mercado.
O grupo investigado comprava em grande volume. A polícia suspeita que seja um esquema de pirâmide. Essa é a segunda etapa da investigação e todo o inquérito segue sob sigilo. O grupo investigado comprava em grande volume. A polícia suspeita que seja um esquema de pirâmide. Essa é a segunda etapa da investigação e todo o inquérito segue sob sigilo. A polícia pede para que outras possíveis vítimas denunciem o caso às autoridades – Com informações do g1 Itapetininga e Região.