Em época de campanha eleitoral é de se esperar que fatos e boatos tomem conta das chamadas “conversas em rodas pela cidade”, afinal, se trata de uma corrida onde muita coisa pode acontecer. E o caso envolvendo um grupo de professores da rede municipal e o prefeito Jô Silvestre começa a tomar proporções que podem se tornar drásticas ao longo da campanha eleitoral.
Esta semana o imbróglio se complicou ainda mais com a publicação de uma matéria no blog eletrônico Jornal Regional, que trouxe informações sobre a suspensão de servidores da Educação suspeitos de terem furtado alimentos de uma escola e de terem promovido um churrasco nas dependências da própria unidade educacional.
Por outro lado, os professores insistem na realização de manifestações pelas ruas da cidade, com o último evento ocorrido no sábado, dia 10, no Largo São João, e o outro marcado para a manhã desta quinta-feira, 15, dessa vez na frente do Paço Municipal. Segundo apurado pelo jornal A Comarca, o grupo de professores que coordenou a manifestação no sábado chegou a pedir autorização ao setor de fiscalização da Prefeitura para fazer a caminhada, mas teve o pedido indeferido sob a alegação de que “se tratava de aglomeração de pessoas, o que está proibido por decreto”. O pedido foi feito pelo Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais de Avaré.
CHURRASCO NA ESCOLA – A reportagem do Jornal Regional diz que a Secretaria da Administração decidiu afastar os servidores depois de receber denuncias sobre o furto de alimentos e a realização de um churrasco na escola. Essas ocorrências teriam sido registradas por câmeras do circuito de segurança da escola nos meses de fevereiro e maio deste ano.
“De acordo com a portaria publicada nesta Terça Feira, dia 13 de Outubro de 2020, o diretor da unidade de ensino vai ser investigado administrativamente por eventual uso das instalações da escola que dirige para a realização de um churrasco na data de 15 de Maio de 2020. Segundo a portaria, o Diretor teria utilizado irregularmente o patrimônio público incluindo equipamentos e insumos da escola, durante o expediente escolar, suspenso parcialmente por conta da pandemia do coronavírus, para fins diversos da finalidade a que se destina, descumprindo, inclusive, Decreto Municipal que proibia a aglomeração de pessoas em razão da pandemia”, diz a reportagem do jornal eletrônico que é extensa e narra com detalhes os episódios ocorridos envolvendo servidores municipais.
FOGO CRUZADO – E nesse conflito entre a administração Jô Silvestre e um grupo de professores da rede municipal está a população avareense, que em plena corrida eleitoral precisa analisar o que está sendo pesado nessa balança. A causa dos professores tem base legal e os manifestantes estão reivindicando algo que faz parte do Plano de Cargos e Carreiras do Magistério, que é o adicional de carreira, um benefício que vem sendo aplicado desde 2011, mas que foi interrompido assim que Jô Silvestre assumiu a prefeitura em 2017.
Por outro lado, a reportagem do Jornal Regional afirma que a apuração das prováveis irregularidades cometidas por servidores da Educação “pode ter desencadeado uma série de protestos por um pequeno grupo de servidores da educação contra a atual gestão. Alegando ‘corte de salários’, o grupo tem tentado conturbar os trabalhos realizados legalmente pelo comitê de campanha do atual Prefeito de Avaré que concorre a reeleição. O que chama a atenção é que, 2 dos lideres do grupo, uma professora e um diretor de escola, são funcionários lotados justamente na unidade onde os casos da subtração de alimentos e o churrasco irregular teriam ocorrido. A denúncia chegou ao conhecimento do Secretário de Administração e do Prefeito municipal há algumas semanas. Após solicitarem os registros de gravação das câmeras de segurança da escola, o movimento de protesto teve inicio automaticamente, utilizando como pano de fundo um suposto corte de salários que jamais ocorreu segundo a Prefeitura”, diz a reportagem que ainda afirma que “além destes fatos, a Prefeitura está apurando acúmulos de função irregulares por parte de alguns servidores da educação”.
REUNIÃO – A reportagem do Jornal A Comarca entrou em contato com o presidente do Sindicato dos Funcionários e Servidores Municipais, Leonardo do Espírito Santo, e indagou sobre a polêmica envolvendo a classe e o prefeito Jô Silvestre. Léo disse que “marcou uma reunião com as pessoas citadas para se informar melhor sobre a questão, e que procuraria a reportagem da Comarca para se pronunciar sobre os fatos”.
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