AcontecendoPrefeitura estuda retirada de ambulantes dos largos Santa Cruz e São João

A Comarca22 de julho de 20148 min

Polêmica
Prefeitura estuda retirada de ambulantes dos largos Santa Cruz e São João

Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural indicou ao prefeito Poio Novaes que os ambulantes deixem os locais tombados pelo patrimônio público

Da Redação

CAPA Ambulantes

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Avaré (Condephac), que tem a função de proteger, valorizar e divulgar o patrimônio cultural, sugeriu ao prefeito Poio Novaes a retirada dos ambulantes do Largo São João e do Largo Santa Cruz.

A sugestão veio à tona durante reunião realizada na manhã de quinta-feira, 17, entre os representantes do Conselho, incluindo o presidente Dário Silveira Garcia o prefeito Poio Novaes. Caso a solicitação seja aceita, os ambulantes terão que deixar os locais.

No Largo São João deverão permanecer somente a banca de jornal e o vendedor que pipocas que há anos estão no local. Já ambulantes que vendem diversos produtos, como discos e fitas antigas, livros, revistas, entre outros, além do ambulante que entalha nomes em madeira e outro que comercializa camisas e toalhas com símbolos de times devem sair do local. Aos sábados, entidades assistenciais comercializam produtos, fato vem irritando proprietários de estabelecimentos próximos à praça.

Já o Largo Santa Cruz conta com ambulantes que comercializam em trailers lanches, yakisoba e peixe. Diariamente, os comerciantes estacionam veículo em vários pontos da praça, no entorno das ruas Rio Grande do Norte, Voluntários de Avaré e Domiciano Santana. O local ainda conta com uma banca de jornais que, segundo informações, não deve ser retirada da área.

Segundo o presidente do Condephac, as praças precisam ser protegidas. “Tanto o Lago São João quanto o Santa Cruz são tombados pelo patrimônio público. Essas praças estão sendo descaracterizadas e isso não pode ocorrer”, destacou.

Ele disse à Comarca que os ambulantes não poderiam ficar parados nas praças. “Como eles são ambulantes, eles teriam que circular não ficar parados todos os dias no mesmo local. Outro ponto é que esses comerciantes acabam competindo com outros que tem seus pontos fixos e pagam seus impostos”.

Dario Silveira Garcia revelou ainda que levou a solicitação ao prefeito Poio Novaes. Tivemos a reunião e levamos a solicitação e motivos. O prefeito nos disse que vai estudar o caso”, disse.

POLÊMICA – Diante do problema envolvendo os ambulantes, a Comarca esteve no Largo São João e conversou com alguns ambulantes. Charles Antonio Salles tem uma barraca de antiguidades há cerca de 13 anos no local. “Trabalho somente com produtos de antiguidades. Não atrapalho ninguém. Este é meu único ganha pão. Eu não tenho renda fixa e o que eu ganho no dia a dia é que eu sobrevivo”, destacou.

Ele disse ainda que seu trabalho está envolvido com a Secretaria de Cultura. “Tenho livros de várias épocas, discos de vinil e as pessoas gostam deste tipo de material. Meu trabalho é cultural. Qual o problema de eu poder comercializar esses produtos?”

Já Paulo Eduardo Terni, que tem uma barraca de produtos artesanais, está no local há 8 anos e mostrou preocupação com a possibilidade de deixar o local. “Este é meu ganha-pão. Eu dependo disso para comer, pagar minhas contas. Se tirarem a gente daqui vão colocar onde? Peço para que o prefeito não atenda essa solicitação e nos deixe trabalhar. Eu estou aqui há 8 anos, o Charles está há 13, temos o entalhador de madeira que também deve estar aqui há 10 anos e agora querem nos tirar daqui”.

Vera Lúcia Coelho trabalha para uma empresa de brinquedos infantis. Diariamente ela instala no local uma cama elástica voltada para o público infantil e comercializa alguns produtos. “Todo mundo tem que trabalhar. Emprego já está difícil e ainda querem tirar o que a gente tem. É complicado este tipo de situação. Nós proporcionamos divertimento para as pessoas. Ninguém vem à praça para passear e sim para se divertir, trazer seus filhos e netos. Este é meu único ganho, se eu sair daqui eles vão me dar emprego?”, desabafou.

Em nota, o prefeito Poio Novaes destacou que vai ouvir as partes, tanto os membros do Condephac quanto os ambulantes, “e verificar a melhor decisão para que ninguém seja prejudicado”.

Comente

Seu endereço de e-mail não será publicado. Required fields are marked *