Servidores municipais de Avaré encontram dificuldade para utilizar cartão Ecopag
Da Redação
Servidores da Prefeitura de Avaré estão encontrando dificuldades para utilizar o cartão-alimentação, benefício no valor de R$ 140 concedido pela municipalidade por meio de um cartão administrado pela empresa Ecopag.
O motivo é a recusa por parte de estabelecimentos comerciais em aceitar o cartão. A demora no repasse e a taxa cobrada pela administradora estariam por trás da resistência.
Contratada por meio de licitação, a Ecopag recebe da Prefeitura mais de R$ 373 mil mensais. Com o valor disponibilizado no cartão-alimentação, o servidor pode utilizar os créditos em supermercados, padarias, restaurantes e outros comércios cadastrados.
O contrato, que prevê um número específico de cada tipo de estabelecimento, é fechado diretamente entre a Ecopag e a empresa local. Em troca da carteira de clientes – são 2,9 mil servidores que são potenciais consumidores –, a Ecopag cobra uma taxa sobre o valor total consumido com o vale alimentação.
INSEGURANÇA – Estabelecimentos comerciais, porém, estão deixando de aceitar o cartão. Um dos motivos seria a taxa entre 5% e 7% cobrado pela empresa junto aos fornecedores. Empresários ouvidos pela reportagem consideram o valor “abusivo”, uma vez que a porcentagem de cartões de crédito de bandeiras como Visa e Mastercard variam entre 1 e 2 % sobre o total de vendas.
Uma empresa ouvida pela reportagem afirmou ainda que a Ecopag está descumprindo o prazo previamente o estabelecido para efetuar os repasses. Essa “insegurança” tem deixado os gestores preocupados. “Por isso, há dúvidas se continuaremos aceitando o vale alimentação. Nós queremos vender, mas ficamos numa situação complicada”, diz um gerente.
Com esse cenário em vista, a tendência é que cada vez mais estabelecimentos deixem de aceitar o vale alimentação da Prefeitura.
CÂMARA – A Câmara de Avaré, que também mantém contrato com a Ecopag, notificou a empresa na segunda-feira, 18. Segundo o Legislativo, a administradora do cartão não está cumprindo o acordo, que prevê no mínimo 3 estabelecimentos de grande porte, 2 açougues, um hortifrúti e 2 padarias aceitando o cartão. Se não houver a devida correção, a Câmara informou ainda que poderá aplicar multa de 20% calculada sobre o valor global do contrato e, consequentemente, a suspensão temporária para participar de licitação.
Em nota, a Prefeitura confirma que o problema tem origem na negociação financeira entre os estabelecimentos e a administradora do cartão, uma vez que o repasse tem sido feito regularmente. A municipalidade informa ainda que a Secretaria de Administração vai buscar solução junto à Ecopag.
OUTRO LADO – A Comarca entrou em contato com a Ecopag, sediada em Ribeirão Preto. Em nota, a empresa disse que todos os contratos firmados há mais de dois anos entre ela e os estabelecimentos credenciados, estão em pleno vigor e todas as cláusulas, entre elas as que estabelecem taxas e prazos de repasse, estão sendo rigorosamente cumpridas.