Sindicalistas vaiam vereadores durante sessão da Câmara
Mobilização foi para protestar contra a política de reajuste salarial da atual administração; vereadores lembraram que votação decisiva para o reajuste ocorreu na semana anterior
Da Redação
Mais de 300 pessoas acompanharam a realização da última sessão camarária, na segunda-feira, 18 de maio, sendo em sua maioria, servidores municipais, que estiveram presentes no plenário para uma manifestação contra o reajuste parcelado aprovado para a classe.
Durante a sessão, vereadores foram vaiados enquanto utilizavam a tribuna para a Palavra Livre. Alguns vereadores chegaram a ser vaiados antes mesmo de começarem a falar, como foi o que ocorreu com o petista Ernesto Albuquerque.
Também foram vaiados Davi Cortez (PP), Roberto Araújo e Carlos Estati (DEM), Marcelo Ortega e Laids Baiano (PV), Rosângela Paulucci (PMDB) e Francisco Barreto (PT).
Alguns dos parlamentares foram vaiados por abordarem temas diferentes da reposição salarial. Os petistas Ernesto e Barreto, chegaram a afirmar que já tinham preparado uma pauta para aquela sessão. Barreto chegou a discutir com um dos servidores, destacando que o regimento interno da Casa de Leis prevê que enquanto um vereador se utiliza da Palavra Livre, os demais presentes no plenário não podem interromper. No entanto, com ânimos exaltados, alguns dos presentes chegaram a dizer aos gritos que o petista não estaria agindo democraticamente.
Em várias oportunidades, os manifestantes foram lembrados que a sessão para apreciação do reajuste salarial dos servidores foi realizada na semana passada. Mesmo assim, em vários momentos houve tumulto. A sessão chegou a ser interrompida por 5 minutos a pedido do vice-presidente Roberto Araújo, e a Polícia Militar foi acionada.
Outros vereadores foram vaiados quando tentavam explicar que o município não possuía condições financeiras para possibilitar o reajuste imediato dos quase 3 mil servidores em uma única parcela.
Roberto Araújo disse ainda que os vereadores, de acordo com a lei, não podem sugerir alterações que prevejam custos para o município, e por isso eles ficaram impedidos de pedirem que o repasse aos funcionários fosse feito em parcela única.
APLAUSOS – Apesar do clima pesado, um dos vereadores passou pela última sessão sem receber vaias dos presentes. O presidente da Câmara Denilson Ziroldo chegou a ser aplaudido quando disse que iria cobrar que o prefeito Poio Novaes cumprisse suas promessas de campanha.
Devido o grande número de interrupções, muitos vereadores preferiram diminuir seu tempo na tribuna, deixando de abordar temas que já haviam pautado para o dia.
Mais tarde, durante a votação dos projetos, foi aprovado por unanimidade o reajuste salarial dos vereadores, secretários e vice-prefeito. O pagamento das perdas inflacionárias seguirá o mesmo critério estabelecido aos servidores da prefeitura, ou seja, serão fracionadas, com uma parcela de 4%, três parcelas mensais de 1% e mais uma quarta parcela de 1,41%.
MANIFESTAÇÃO ATRASADA – Vale destacar que a votação que aprovou o projeto de reposição inflacionária de 8,41% parcelada em 5 meses, ocorreu no dia 11 de maio, ou seja, uma semana antes do Sindicato realizar a manifestação contra o projeto.
Segundo o explicou o presidente do Sindicato, Leonardo do Espírito Santo, a manifestação não ocorreu no dia em que o projeto foi aprovado porque, em uma audiência, ficou decidido que a manifestação ocorreria no dia 18, e que, por isso, nenhum representante do Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos de Avaré acompanhou a votação do dia 11.