AcontecendoVerbas do Caps estão nos cofres da Prefeitura à espera de investimento

A Comarca11 de junho de 20149 min

Exclusivo
R$ 400 mil do Caps estão nos cofres da Prefeitura à espera de investimento

Verba federal conquistada através de um projeto elaborado por profissionais do Caps II em agosto de 2013 estão paradas sem investimento; unidade atente a mais de 500 pacientes

Da Redação

Foto Caps 1

Uma verba federal conquistada pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial – CAPS 2 se encontrada parada, sem investimento, nos cofres da Prefeitura de Avaré. Desde agosto de 2013, o Governo Federal repassa para o município cerca de R$ 36 mil. A unidade atente a mais de 500 pacientes.

Somente em 2013 foram repassados R$ 180 mil, destinados exclusivamente para serem utilizados no Centro de Atenção, porém nenhum centavo foi gasto. Já em 2014, mais R$ 180 mil entraram nos cofres da Prefeitura, somando um valor de R$ 360 mil. O projeto foi elaborado pela equipe do Caps em fevereiro de 2013 e a verba foi aprovada em julho do mesmo ano.

A verba seria utilizada para investimentos na aquisição de materiais, equipamentos e até mesmo na compra de um carro que seria usado para dar apoio às pessoas assistidas pela unidade. Atualmente, o Caps de Avaré atende a 323 pacientes com transtornos mentais e mais 211 dependentes de álcool e drogas, totalizando 534 atendimentos.

Segundo informações obtidas pela Comarca, inicialmente ninguém soube informar onde estava localizada a verba. Informações dão conta ainda que nem o prefeito Poio Novaes ou o secretário de Saúde, Miguel Chibani, teriam conhecimento do paradeiro dessa verba.

VERBA PARADA – A reportagem entrou em contato com o setor de Contabilidade da Prefeitura e obteve a confirmação de que a verba se encontra em uma conta da Secretaria da Saúde para ser investida no Caps, porém não se sabe o motivo do não investimento da verba no setor.

Os profissionais contábeis destacaram ainda que, como a verba recebida entre agosto a dezembro de 2013 não foi gasta, um projeto teria que ser enviado à Câmara para que os vereadores autorizassem a inclusão de R$ 180 mil no orçamento de 2014. Isso teria que ocorrer porque a verba não estava prevista no orçamento deste ano.

O setor de Contabilidade constatou ainda que estariam previstos R$ 70 mil para serem investidos na compra de materiais e equipamentos e R$ 30 mil para serem investidas em cursos, palestras, entre outros.

Segundo informações, constam algumas licitações em aberto para a aquisição de um carro e também de materiais e equipamentos para a o Caps. Devido alguns erros nas características publicadas no edital, um novo processo licitatório teve que ser aberto.

Segundo a reportagem apurou, diversos assistidos estariam sem participar da atividade de hidroginástica, devido a Prefeitura ainda não ter adquirido roupas de banho que foram solicitadas no valor de cerca de R$ 3,6 mil. A solicitação para a compra do material ocorreu em março de 2014 e até o momento não foram adquiridos.

A Comarca apurou ainda que o não investimento da verba teria ocorrido por falta de planejamento e má gestão. A Prefeitura teria um prazo de cinco anos para investir o valor no Caps. Caso isso não ocorra, a verba poderá retornar aos cofres da união.

ATIVIDADES – A Comarca esteve no local na tarde da última quarta-feira, dia 4, e verificou o trabalho desenvolvido pelo Caps. Os assistidos têm diversas atividades que ajudam autoestima e a se integrar na sociedade como: arte, musicoterapia, natureza e saúde, o grupo “Papo Sério” que é desenvolvido por uma psicóloga, “Papo de Enfermeira”, o grupo “Bom Dia”, onde os assistidos tomam café da manhã conversando com algum profissional que atende no local e em breve também serão desenvolvidas aula de pintura. Os pacientes contam ainda com um dentista que cuida da saúde bucal.

Um projeto para a instalação de uma horta suspensa seja elaborada começou a ser desenvolvida pela Secretaria de Agricultura, porém a iniciativa ainda não saiu do papel.

Segundo explicou a responsável pela unidade, Sonia de Oliveira Campanhã, a três níveis de atendimento, sendo os intensivos, que necessitam de atendimento diário, os semi-intensivos, que tem consultas dois dias na semana e os não intensivos que recebem atendimentos a cada 15 dias.

Atualmente o Caps conta com duas enfermeiras, dois psicólogos, duas assistentes sociais, um terapeuta ocupacional, um educador físico e um professor de recreação.

INÍCIO – O Caps teve início em setembro de 2011, através da então secretária de Saúde, Marialva Biazon. Nesta época a unidade atendia em uma residência sem estrutura na Rua Pernambuco e contava apenas com uma enfermeira e uma psicóloga.

Quando Poio Novaes assumiu o governo, determinou que a responsável pelo Caps encontrasse uma residência com melhor estrutura e tivesse um acesso facilitado ao Pronto Socorro e também ao Centro de Saúde. O Caps acabou se mudando para um imóvel maior, situado na esquina das ruas Rio Grande do Norte com a São Paulo.

O problema do novo imóvel é a falta de acessibilidade. Para ter acesso ao local, os pacientes necessitam subir escadas. Não há também um corrimão, o que dificulta o acesso.

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